sábado, 31 de dezembro de 2011

Conciliador

A vovó tentando controlar a bagunça do pequeno:

- Pedro, você vai se machucar. Quem avisa amigo é.

Nada.

- Pedro, já te avisei. Vou brigar com você.

- Mas, como? Amigo não briga...

E fez cara de desentendido.
De bagunceiro, passou a conciliador.


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sofredor

- Filho, por que é tão difícil obedecer a mamãe?
- Te obedecer não é difícil, mamãe. Difícil mesmo é viver a vida.

E fez cara de sofredor.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cala-boca politicamente correto

Eu bem que tentei, mas não teve jeito.
Nenhum dos três quis chupar bico. Nem dedo. Na falta de outro cala-boca, o jeito sempre foi deixar chorar mesmo. Outro dia, apelei:

- Que vontade de colar essas boquinhas com durex..

A vovó me repreendeu:

- Nossa, coitadinhos. Durex machuca, tem que ser com um pedaço de pano.

Ah, tá.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Feliz Natal

E o prêmio de feliz natal mais fofo da face da Terra vai para ele, Pedro Lacerda:

- Manda um 'Feliz Parabéns' pra todo mundo da sua casa!


sábado, 24 de dezembro de 2011

Anti age

Constatação do pequeno no auge dos seus quatro anos:

- Esse dedo não dobra mais como antes.

Alguém pode nos indicar um geriatra?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Maluquices

Tia Binha contribuindo para o registro de pedroquices:

"Olha essa do Pedroca, depois de uma de suas maluquices:
- Pedro, você tá maluco?!
- Não, tia Binha... Maluca é a Clarinha!
- Que Clarinha, Pedro?
- A sua amiga que viajou.
- E por que ela é maluca?
- Porque aquele dia aqui na casa da vovó ela comeu pipoca com chicletes na boca."

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sabichão

Uma das tantas certezas que o baixinho tem na vida é a de que sabe tudo. Quando raramente reconhece algum erro, se justifica: "é que não foi bem isso que eu quis dizer"...
Preocupada com o perfeccionismo desenfreado, a vovó tentou explicar:

- Pedro, não tem jeito de você saber tudo. Você ainda é pequeno. A vovó, por exemplo, sabe mais que você porque é mais velha.

Para não deixar por menos, o sabichão retrucou:

- Isso eu já percebi.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Utilidade pública

O pequeno num momento de grande reflexão:

- Ainda bem que existem as propagandas.
- Por que, filho?
- Se não fossem elas, como a gente saberia quais brinquedos são legais?

Benditas propagandas.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Querido papai noel

Como vai?
Eu, meus irmãozinhos, mamãe, vovó e titias vamos muito bem!
Eu gostaria de pedir para você o meu presentinho de natal...
Sei que fui uma criança um pouquinho desobediente, mas eu prometo que tentarei não ser mais.
Seus duendes poderão te contar.
E gostaria de te pedir também, papai noel, que dê um presentinho para todas as crianças, principalmente para aquelas que não tem um papai e uma mamãe.
Ah, já ia me esquecendo.
Eu gostaria de ganhar um carrinho de controle remoto.
Muito obrigado!
Um beijo, com muito carinho,
Pedro

Cartinha feita ontem, com uma leve mãozinha da vovó.
Obrigada, vovó. Por tudo.
Inclusive por fazê-lo desistir do dragão que solta fogo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Suspiro

Já sentiu felicidade?
Felicidade mesmo, serena e profunda?
É o que eu sinto quando os vejo em casa saudáveis, tranquilos e protegidos.
Que seja eterno enquanto dure.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Luto

Quem diria.
O iluminado abajur de luz azul teve um fim trágico.
Foi esmagado por uma gélida lata de milho.
Nenhum dos três santos reivindicou a autoria do milagre.
Mas todos sentirão as noites mais frias e escuras.

Descanse em paz, querido abajur.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Reintegração de posse

Tirei uma meleca daquelas do nariz do João.
Foi quase uma luta corporal.
Quando dei o caso por encerrado, ouvi o baixinho gritar do banheiro:

- Mamãe, o irmãozinho pegou a meleca e quer colocar no nariz de novo.



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Formigões

Saldo do fim de semana na casa da vovó:


- Alô, filha?

- Oi, mãe!

- Acho que os meninos comeram as minhas violetas.

- Como assim???

- Fui molhar as plantas e percebi que várias estavam picadas, como se tivessem sido atacadas por formigas.

- E será que não foram formigas mesmo?

- Não. Pelo estrago, foram formigões.



domingo, 11 de dezembro de 2011

Conflito familiar

Você percebe que tem muito filho quando a cunhada reclama:


- Todos os nomes que tinha pensado para os meus filhos você veio na frente e usou. O jeito agora é ter meninas.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Fúria de titãs

Os dois estavam fazendo o Pedro de pula-pula.
Tudo ia bem até baixinho se enfurecer e arremessá-los longe.
Um eu consegui pegar no ar.
O outro foi de cara no chão.
Enquanto eu acudia o coitadinho, pensei cá com os meus botões.
E quando eles descobrirem que o maior é forte, mas não é dois?

Pobre de mim...


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Máfia das fadas

Finalmente convencemos o pequeno a abandonar a mamadeira, último resquício do tempo de bebê. Graças à fada da mamadeira. Na calada da noite, ela troca a dita cuja por um copo e deixa um presente bem legal como prêmio. Mas é preciso ficar atento às regras:



1 - Se tiver uma recaída, o brinquedo legal vai embora.

2 - Se persistir na recaída, a fada da mamadeira conta tudo pra fada do dente e nada de presente quando o primeiro dentinho cair.

3 - Não cabe recurso.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Relativizando

Tudo depende do modo como você dá a notícia:

- Mãe, tenho uma notícia boa e uma ruim pra te dar.
- O que foi dessa vez?
- Já liguei pro pintor.
- Por que?
- Sua parede recém pintada ganhou uma obra de arte nova.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Hereditariedade

Teatrinho de fim de ano na escola.
Tema: os habitantes do fundo do mar.
Pedro era o tubarão martelo.
João e Davi, os peixinhos.
Quer dizer, só o João, porque o Davi foi uma mula. Empacou.
Ficou no meio da roda, roubando o lugar da sereia.
Braço cruzado, cara de mau e tromba de elefante.

Vovó e vovô, qualquer semelhança com a mamãe é mera coincidência.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Poetinha

- Mamãe, o céu parece uma grande folha de papel azul. E quando eu morar lá em cima vou desenhar com as nuvens.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Audisom para o papai noel

O pequeno foi ter com o papai noel no shopping.
Entusiasmado, contou o que gostaria de ganhar de natal:

- Um dragão que solta fogo!
- Como?
- Um dragão que solta fogo.
- Ainda não entendi.
- Um dragão que solta fogo...
- O quê do Botafogo?

O pequeno desceu do colo do bom velhinho e, decepcionado, disse:

- Acho melhor eu te mandar uma cartinha.

sábado, 26 de novembro de 2011

Carência

No auge da crise de dor de barriga, o baixinho levanta os bracinhos e, com carinha de cachorrinho sem dono, pede:

- Cuida de mim?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Comilões

Relatório do desenvolvimento do João e Davi na escola:

"Agradam-lhes muito os momentos das refeições. Comem e bebem sozinhos. Adoram frutas, sopas e experimentam novos alimentos sem problemas."

Traduzindo:

"Se deixar, eles comem até a ponta do cabo de vassoura."

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Novo leitor

Enquanto esperávamos o sinal abrir:

- M com O, MO. M com O, MO. MO-MO. MOMO.

E exclamou satisfeito:

- Mamãe, aquela lanchonete se chama Momo!


Pelo retrovisor, assisti o meu pequeno ganhar asas e voar.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Artistas

Mostra de Artes na escola.
De matar a mamãe de orgulho!


Máscara de gato do Davi




Peixinho do João




Ouro Preto by Pedro


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fechando o ciclo

Primeiro foi o João.
Depois eu.
Agora o Davi.
Semana que vem é o Pedro.
E será o fim do piriri gangorra.
Se Deus quiser.

Charada

Depois de apartar a briga dos três, quis saber do pequeno quem tinha começado. A resposta:

- Um irmãozinho bateu no outro, que bateu no outro, que bateu em mim.


Afinal, quem começou?



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Respondão

O baixinho jantou e repetiu. Depois comeu fruta. E pediu biscoito. Tentando convencê-lo de que não estava com fome, ouvi o seguinte desaforo como resposta:

- Como você sabe? Você não sou eu!

Eu guento um negócio desses?
Guento, ?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Escatologia em três níveis

Davi solta pum e cai na gargalhada.
Pedro grita "acabei" do banheiro.
João inicia mais um capítulo da série piriri gangorra: de comer com colher...

Tudo isso na mesma hora.
É mole ou quer mais?

domingo, 13 de novembro de 2011

Eca

No restaurante lotado, chamei a garçonete:

- Moça, tenho uma notícia boa e uma ruim pra te dar, qual você quer primeiro?
- A ruim.
- Meu filho acabou de vomitar no pé da mesa.

Silêncio sepulcral. Antes que ela vomitasse também, contei a boa:

- Se você me der um pano, eu mesma limpo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Livre defesa

O baixinho começou um piti daqueles no carro.
Sem paciência, perguntei o motivo do pranto.
Ele mais que depressa enxugou as lágrimas e, com o dedinho em riste, se defendeu:

- Dessa vez é por causa justa. João me mordeu.

E voltou a chorar.

Foi absolvido.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Não entendi

Achei mais prudente parar de tomar banho com o baixinho. Expliquei que ele era menino e eu, menina. E que meninos e meninas não devem tomar banho juntos. Ele não aprovou a decisão. E retrucou:

- Não se preocupe, mãe. Não vou rir de você, prometo.

O que será que ele quis dizer?

domingo, 6 de novembro de 2011

A bola da vez

A palavra de ordem agora é bola. Tudo é bola.
João aponta para a geladeira e diz:

- Bola.

Quando se cansa de passar o dia repetindo a mesma coisa, vira o disco:


- Gol.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Retirantes da vida moderna

Imagine a cena.

Alguém com pouco mais de um metro e meio de altura segurando dois bebês no colo, uma mochila de rodinhas nas costas, puxando um menino de 4 anos pela mão, que por sua vez, arrastava outras duas mochilas de rodinhas com a outra mão.

Foi assim que subimos dois quarteirões da Contorno hoje.

Tudo porque um caminhão de poda bem feio e bobo resolveu interditar a rua da escola.

Aff...


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cara valente

O pequeno voltou entusiasmado do parque de diversões.
O brinquedo de maior ibope foi o trem fantasma.

- Mãe, você tem que ver, parece que o carrinho vai bater naquelas coisas assustadoras!
- Nossa, que medo! Quando eu for, você me protege?
- Você não vai conseguir nem chegar perto. Brinquedos assim são só para pessoas valentes, como eu e o meu pai.

Quem vai dizer que não é?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fantasiando

Ouvindo a conversa do pequeno com o pai:

- Pai, sabia que a minha mãe matou uma barata de sete pernas?

Acho que ele também me acha valente.
Por outro ângulo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Bebê 7 bilhões

Tem dedo meu nessa conta.
São mais três homens no mundo.
E bonitos.
Acho que mereço uma placa.

Sem falsa modéstia.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dúvida gramatical

Comercial do novo programa de TV:
"...alguém vai se molhar nesta brincadeira."

- Ai, mãe... Será que eu vou me 'se molhar'?

sábado, 29 de outubro de 2011

Banho e tosa

Sábado é dia de faxina. Caprichamos na limpeza para compensar o corre-corre da semana.

Mamãe vistoria cada cantinho e resolve tudo com água e sabão.

Depois vem o ritual de aparos: 6 mãos e 6 pés, totalizando 60 unhas.

Roupinha de domingo, cabelinho penteado, carinha de anjo, beijinho da mamãe e pronto.


Prontos para a próxima semana.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Como matar a patroa de ódio

Mensagem da nova empregada pelo ceular:

- Você pode me adiantar R$50,00?

Resposta:

- Não, só recebo no fim do mês. E você está comigo só há uma semana.

Réplica:

- Não tem problema, eu não fui fui trabalhar hoje mesmo.

Aff...


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Manual de sobrevivência

João já sabe sobreviver à selva de pedra.
Já fala 'coto' (biscoito) e 'aua' (água), o que me assegura de que, de fome, ele não morre.
Para completar o vasto vocabulário, o pequeno também usa estrategicamente um sonoro e expansivo 'eba!', que serve para pedir todas as outras guloseimas que ele vê pela frente, mas não sabe o nome.

Contra indicação

Passado o suplício da febre de quase 40º do Davi, o apuro de ontem foi a indigestão do João. O pobrezinho só conseguiu dormir depois de colocar pra fora todos os tomates secos, azeitonas, aspargos e ovos de codorna que fizeram o favor de dar pra ele na festinha de aniversário da tia Manu.

Pelo menos ele aprendeu que o 'eba!' nem sempre tem o efeito desejado.


Assim eu espero.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Apuros

Davi teve 39,3º de febre esta noite.
Haja antitérmico, banho frio e reza de mãe!
Lá pelas tantas ele finalmente conseguiu dormir.
Como se nada tivesse acontecido.
Acordou novo, sem se lembrar de nada.

Mas eu nunca vou esquecer...

Mais um apuro para a coleção...


Ivan

Conversa com o tio pediatra por sms:

- Vai ser Ivan mesmo?
- Ivamos ver.
- Sempre quis ter um sobrinho chamado Ivan.
- Ivantagem nossa.
- Conta mais Ivanções.
- Nesse ponto sou Ivancível.
- Você já tá Ivantando muita moda.
- E olha que eu estou te prIvando das melhores.
- Tudo bem, você Ivanceu.

Além de pediatra e arquiteto, o tio também é engraçadinho.
Tsc,tsc, coitado do meu sobrinho...


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A primeira bicicleta

O pequeno ganhou uma bicicleta no dia das crianças.
Não chega a ser uma caloi, mas é uma genérica bem mais ou menos.
Percebi o baixinho um tanto quanto irritado com o presente que acabara de ganhar. Quis saber:

- Algum problema, filho?
- Essa bicicleta veio estragada.
- Por que?
- Ela não dá 'charré'.

Será que se fosse caloi, daria marcha a ré?

domingo, 23 de outubro de 2011

Prato do dia

Almoçamos lasanha.


A bandejinha deu para nós quatro e sobrou.

Foi inevitável imaginar até quando a conta será essa.

Vai chegar o dia em que elas serão porções individuais.



E a mamãe vai ficar rindo à toa com seus marmanjos comilões...



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Releitura

O pequeno ganhou uma lembrancinha de um aniversário da escola. Como não é adepto das balas e pirulitos, foi direto no brinquedinho. Ao ver o conteúdo, exclamou:


- Oba, língua de 'sopra'!




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Terapia do riso

Custei a separar os três para começar o ritual do sono, estavam num fogo só. Coloquei os meninos na minha cama e pedi que o baixinho aguardasse no sofá.

- Ah, mãe, me deixa ficar no meio deles?
- Não, filho. Se vocês ficarem juntos, ninguém vai dormir.
- Prometo ficar quietinho.
- Melhor não, daqui a pouco vai todo mundo cair na gargalhada de novo.
- Não vou rir, prometo. Vou só fazer cara de feliz.

E deu um sorriso que mostra todos os dentes.
Quem caiu na gargalhada fui eu.


sábado, 15 de outubro de 2011

Lapso

Tô ficando igual à vovó Lilita.

Outro dia esqueci o nome do Pedro.


Tentando separar os três de um bololô de bagunça, apontei para o baixinho e pedi a quem presenciava a cena comigo (também já não me lembro quem era):


- Pega esse menino maior aí para mim.


Demorei algum tempo até conseguir acertar o nome do pequeno.


Fiquei me sentindo a própria vovó.


A diferença é que ela tem 14 filhos, dezenas de netos, bisnetos e tataranetos. E 86 anos.



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Presente econômico

Comprei um presentinho lindo no dia das crianças.




Eles preferiram brincar com o embrulho.




Já sei o que vou dar no natal.






Uma caixa maravilhosa de papelão.



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sermão de irmão

Desabafo do baixinho depois de receber uma mordida:

- Queria ver se eu fosse criança pequena e vocês fossem crianças grandes. Eu ia sair dando mordidas por aí só pra vocês verem como é bom.

E saiu pisando duro.
Deus queira que ele nunca descubra o que é revidar.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Condescendência

Esqueci de trancar o carro, perdi meu cartão bancário, deixei minha agenda no restaurante.
Tudo isso em um dia só.

Enquanto eu não estiver esquecendo menino por aí, tá tudo certo.



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Popeye

O pequeno levou um tombo daqueles.

Foi de dente no chão.

Passado o susto, consolei o baixinho:



- Puxa, filho, seu dentinho é muito forte!

- É porque eu como espinafre.




Enxugou as lágrimas e voltou a correr.


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Socorro, barata!

Fui tomar banho e encontrei uma barata bem grande e peluda na parede.
Tentei controlar o pânico esvaziando um tubo de inseticida nela.
Desbaratada, a dita cuja passou a me perseguir pelos cantos, num misto de agonia e vingança.
João e Davi, que presenciaram toda a cena, começaram a correr atrás de mim e imitar o meu sapateado. Provavelmente acharam que fugir daquele bicho horrendo era uma nova brincadeira.
Eis que no meio do pisoteio ouço um nojento e sonoro "crack".
Era João, que tinha resolvido o problema pra mim.
Descolei o pobrezinho daquela massa branca, me livrei do cadáver e agradeci por ter três homens em casa.

Pelo menos nessa hora posso ser mulherzinha...



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Segredo

Quer ter gêmeos?

Se a resposta é sim, passe imediatamente a não querer.

Quanto mais você não quiser, maiores são as chances de ter.

Foi assim comigo...

E acredite.



É muito melhor do que você pensa.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pra não perder a piada

Três deslocamentos em um mês. Parece que o braço do João já não sabe mais o seu lugar. 

E o dono dele ganhou um novo apelido: Senhor Cabeça de Batata, aquele que solta o braço.

Desculpe, filhinho. Mas, já que não adianta chorar, o jeito é rir...










quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sapateiro

Quer deixar o Davi louquinho da silva?
Peça a ele para pegar um sapato.
Pode ser qualquer um.
Ele sai feito furacão pela casa.
E se não encontrar nenhum chinelinho pelo caminho, ele tira o do próprio pé e te entrega, com carinha de dever cumprido.

Será pura presteza ou terei meu próprio sapateiro?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Confissão

Não que eu goste que eles se machuquem.
Mas, já que se machucam, prefiro que o dodói seja bem visível.
Tipo nariz esfolado, galo na testa, pernilongo na bochecha...
É o jeito mais rápido de saber quem é quem.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Conselho de amiga

Se você será mãe de três e pretende sair sozinha com a tropa, prepare-se. Você será abordada por 99,9% das pessoas que notarem a caravana. Para não enlouquecer tendo que dar as mesmas explicações o tempo todo, responda exatamente o que eles querem ouvir:

- Dormem a noite toda?
- Sim.
- São bonzinhos?
- Sim.
- Você tem babá?
- Sim.
- Muita gente te ajuda?
- Sim.
- Você sabe quem é quem?
- Sim.
- São amigos?
- Sim.
- O mais velho tem ciúmes?
- Sim.

E por aí vai.
Se você disser a verdade, eles não vão achar que você é uma ET.
Vão ter certeza.


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Tiro e queda

Tenho usado duas estratégias que funcionam como diretos de esquerda na hora do sono:
abajur de luz azul e o cd Baby Beethoven.
Isso sem falar na reza da mãe:

"Livre-os de todo mal e perigo,
dê a eles um dia feliz e contente
e faça-os dormir logo."

Não necessariamente nessa ordem.

sábado, 17 de setembro de 2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Solidariedade infantil

Davi resolveu chorar da escola até em casa.
Sem paciência, o baixinho chamou a atenção do irmão:

- Para com isso, Davi. Você está me irritando!
- É que ele deve estar sentindo alguma dor, filho.
- Ah, tá. Então não tô mais irritado.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Choro enganador

Ligaram da escola pedindo para levar Davi ao médico.
Muito choro, pouco apetite e mão no ouvido.
Qual não foi minha surpresa ao encontrar o convalescente com a carinha boa, bochechas rosadas e bem disposto.

- Tem certeza que esse é o menino doente? - perguntei à professora.
- É que ele começou a melhorar agora - respondeu, meio sem graça.

Contrariada, levei o baixinho ao tio pediatra.
Lá o diagnóstico foi o mesmo: manha, carência e coisas afins.

No dia seguinte estava todo mundo na escola de novo.
E Pedro, no auge da sua experiência, explicou à professora:

- Não se preocupe. Bebês choram mesmo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Prova de amor, parte II

Tem coisa que só a mãe suporta.
Tipo cocô mole de menino pequeno.
Mole mesmo, daqueles que escorrem perna abaixo.
Fui vítima de um hoje.
Tudo ia bem até eu descobrir, no meio do expediente, um rastro na minha blusa. E na minha bolsa. E no meu braço.

Corri no banheiro e tomei um banho de gato.
E torci para que ninguém mais tenha percebido o incidente.

Porque ninguém merece conviver com o cocô do filho dos outros...


Prova de amor

Enfrentar o chuveiro frio, às 00h24, só para baixar febre de menino...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Como matar a mãe jornalista de desgosto

Pensei que me restaria algum tempo de português correto antes de lidar com as gírias infames.
Ledo engano:

- Nuuuu, véi! Maneiro!
- Credo, filho, quem te ensinou a falar assim?
- Ops, foi mal aí, mãe.

E lá se foi o que era para ser um pedido de desculpas.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Dúvida cruel, parte II

A mãe de uma coleguinha dos meninos veio contar:

- Sabe como a Gabi chama os dois?
- Como?
- João e Outrojoão.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dúvida cruel

- Mamãe, eu adoro brincar com o Davi.
- Que bom, filho, fico feliz!
- Só tem um problema.
- Qual?
- Eu nunca sei quem é o Davi.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Só um pedido, por garantia

É comum eu passar apertos com os baixinhos.
Só que uns são mais apertados que outros.
Como o de outro dia, no posto de gasolina.
Precisei pagar a conta com cartão, cuja maquininha residia na loja de conveniência ao lado.

- Ô, moço, não posso ir lá dentro. Tô com o carro cheio de menino - disse, tentando sensibilizar o frentista.

Em vão.

Não me restou alternativa a não ser promover o baixinho a vigia da tropa e torcer para a operação ser o mais rápida possível. Parei o carro na porta da loja e adverti o pequeno:

- Filho, a mamãe precisa pagar a gasolina lá dentro. Fique de olho nos irmãozinhos que eu volto já. E vocês, irmãozinhos, obedeçam o Pedro, ele é o mais velho.

Tranquei o carro e entrei na loja com o coração na mão. A fila estava maior do que eu podia esperar. E o que era para ser rapidinho, demorou mais do que o baixinho conseguiu suportar. Ao vê-lo me procurando com os olhos, perto do desespero, pedi pra furar fila e dei logo um jeito naquilo. Incluí na conta o chips preferido do pequeno e o presenteei por bom comportamento.

Ele ficou feliz da vida com o prêmio inesperado.
E eu, refeita do frio na barriga, fiquei pensando.
Quantos apertos a vida ainda nos reserva?
E quantos deles eu conseguirei resolver com chips?

Só peço a Deus que nos livre de todo mal e perigo.
Que ninguém nunca roube o carro com menino dentro,
que ninguém nunca bata no carro com menino dentro
e que a mamãe nunca tenha um piripaque com menino por perto.
O resto a gente dá jeito.
Amém.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dor de cotovelo

Pronação dolorosa.
É isso que faz o cotovelo do João sair do lugar.
Foram dois episódios em 10 dias.
E, ao que tudo indica, serão muitos mais até os quatro anos.
Tamanha reinscidência, pedi que o ortopedista me ensinasse a voltar o danado pro lugar.
Em vão, é claro.
Nossa sorte é que a tia Binha estudou o caso na aula de ortopedia e disse que, da próxima vez, ela mesma resolve o problema.

Então é isso.
Posso dizer que eu e minha tropa estamos razoavelmente protegidos.
Um irmão pediatra e uma irmã metida a ortopedista.

Só me falta um cirurgião perdiátrico...



Até tu, filho?

O pequeno não escondeu o espanto ao ver um anão na rua. Já prevendo os questionamentos, antecipei as respostas:

- Ele é um anão, filho. É um adulto que não cresceu.
- Como isso aconteceu? - perguntou ele, preocupado.
- Não sei, ele já nasceu assim.

E veio a pior pergunta de todas:

- Você não vai ficar assim não, né, mãe?

De duas uma.
Ou ele acha que eu ainda vou crescer mais,
ou ele acha que eu preciso crescer mais.


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nova profissão

- Mamãe, sabe o que eu vou ser quando crescer?
- O quê, filho?
-'Manobrês' de moto.
- Não se diz 'manobrês', se diz piloto.
- Não, mamãe. Piloto é quem pilota. 'Manobrês' é quem faz manobras radicais.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bon vivant...

Estávamos os quatro presos num engarrafamento.
No rádio, a música "Marinheiro", de Adriana Calcanhotto.

"se eu fosse marinheiro
não pensaria em dinheiro..."

O pequeno rompe o silêncio e exclama, entre suspiros:

- Essa é a parte que eu mais gosto...


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dramático

Tava preparando um pão e esbarrei a faca no dedinho mindinho do baixinho, carrapato branco que não desgruda de mim.
Pensei que o mundo fosse acabar:

- Ai, mãe, você quase arrancou meu dedo!
- Calma, filho, foi sem querer. E pode parar com isso, eu nem encostei em você direito.
- Encostou, sim. E você não sabe que criança não pode nem encostar em faca?

Só faltou me colocar de castigo.


sábado, 20 de agosto de 2011

Padecendo no paraíso

Tava pensando.
Desde que eles nasceram, não passei nenhum dia sem ouvir choro. E nenhum dia sem dar um sorriso...


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Síndrome do espelho

Desde que os dois passaram de ano na escola (do berçário para o maternal 1), foram promovidos a uma série de coisas. De um dia para o outro, passaram a comer comida de gente grande, fazer para-casa, participar de festinhas de aniversário...
Mas não conseguiram fugir daquilo que eu vinha evitando há um ano e meio: vestir-se iguais.
Todos os dias, os dois toquinhos estão com a mesma blusinha branco e amarelo e o mesmo short azul. Imaginem o desespero: eles, que já têm o mesmo peso, o mesmo tamanho, os mesmos oito dentes na boca, o mesmo tom de azul dos olhos, o mesmo cabelo dourado de anjinho, agora vestem o mesmo uniforme.

Nem eles mesmos sabem quem é quem...



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Manobra radical

- Mamãe, sabe por que eu consigo fazer manobras e cair de pé?
- Não, filho. Por que?
- Porque eu como cereal.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Compensa e recompensa

Ontem, depois de um dia daqueles, encontrei o pequeno brincando no pátio da escola.
Ao me ver, ele largou a bola, abriu um sorriso e disse:

- Você está linda, mamãe!

Me deu um beijo carinhoso, segurou a minha mão e foi comigo buscar os irmãozinhos...

E me dei conta de como sou feliz!




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Descrevendo a mamãe

O pequeno e eu numa disputa sobre quem conhece mais o outro:

- Você, mamãe, adora Bis, Chaves e novela. E não gosta de tomate e que nenhum filho te desobedeça.

Ok, ele venceu.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Declaração matutina

Tenho acordado os meninos com mimos, beijinhos e cheirinhos. Canto musiquinha, digo que os amo e desejo bom dia. Os dois se espreguiçam, abrem os olhinhos e dizem, com a voz rouca e manhosa:

- Cocô.

Eu também amo vocês, meus filhos!



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ai, meu coração...

Ontem, na volta da escola, o pequeno não conteve a alegria:

- Mamãe, hoje você me buscou de dia!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Contando com a sorte

Meu plano deu certo.
Fiquei caladinha sobre a conjuntivite dos meninos e a escola não os devolveu.
Todas as manhãs, na hora de entregar os baixinhos, era aquela expectativa...
Eu fingia que os olhinhos só estavam um pouco irritados.
A escola fingia que não via nada.
E Deus protegia os outros coleguinhas...



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Fome de leão

Recadinho da escola:

"Mamãe, favor enviar mais lanche. Depois que os meninos comem o deles, estão querendo o dos coleguinhas".

Ai, que vergonha!



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Santa segunda-feira

A sorte das mães é que as noites são entrecortadas pelos dias e neles é possível descansar trabalhando...

domingo, 31 de julho de 2011

Menino exigente

O baixinho até que tentou, mas não conseguiu calçar o tênis novo sozinho.
Pediu pra mamãe apertar bem o cadarço, talvez para evitar que o calçado, dois números maior que o ideal, saia do pé.
Calcei o primeiro e, antes que seguisse para o segundo, ele, com o dedo em riste, exigiu:

- Agora o outro com a mesma qualidade do primeiro.

sábado, 30 de julho de 2011

Tudo eu

O irmão pediatra dando a notícia para a tia Gabi:

- Você tem uma habilidade danada pra ser tia, hein?
- Não é possível! A Katharina já tá grávida de novo?

Hã?


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sobre o novo priminho...

- Vai ser menina, tenho certeza - garante o pequeno.
- Será, Pedro? - pergunto, curiosa.
- Sim, e vai se chamar Maria.
- E se for menino?
- Vai ser João.
- Mas você já tem um João.
- Tenho, mas o tio André ainda não.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cheirinho de neném novo no ar...

Tô rindo à toa!
Enfim, vou ficar pra titia!
E tenho certeza que o irmão pediatra será ótima mãe, porque duvido que ele vá se contentar em ser só pai...



domingo, 24 de julho de 2011

Piadista

- Mamãe, fiz uma música.
- Que legal, filho, como se chama?
- "Eu não esqueço de nada nunca".
- E como é?
- Esqueci.



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Herói da vida moderna

O baixinho não escondeu o espanto ao conhecer um coleguinha da mamãe que só tem um braço. Quis saber:

- Como o braço dele caiu?
- Não caiu, ele é assim.
- O que aconteceu?
- Não sei. Mas ele faz tudo que a gente faz, inclusive dirigir.
- Então ele é um super-herói?

É, tipo isso.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

De santa, só o nome

A coisa anda feia pro meu lado.
Virei exemplo de superação.
Antes de reclamar da vida, eles dizem: "Pensem na Katharina, podia ser pior". E me olham como se eu fosse um ET.

Só que a mocinha aqui, de santa, só tem o nome. Fora o milagre de sobreviver diariamente ao caos da vida materna moderna.
Como todo mundo, rio, choro, explodo, chuto o balde...
E às vezes acerto.

E desabafo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Gostosuras no trabalho

O pequeno conheceu o novo trabalhinho da mamãe.
Entusiasmado com o tamanho do auditório, exclamou:

- É um labirinto de cadeiras!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mãe de menino

Nunca fui o tipo de mãe fresca.
Os meninos caem e se levantam sozinhos, dão uma sopradinha no biscoito do chão, comem a mesma comida na mesma colher, vivem de short torto, sem camisa e descalços...
Tipo aqueles molequinhos de rua, que parecem ser mais crianças que os outros...

Preciso confessar. Nem se quisesse conseguiria ser aquela mãe super, mega, hiper cuidadosa. Afinal, são três. E em carreira solo. Garantia mesmo eu só tenho de que estão saudáveis, alimentados e mais ou menos limpos.

E felizes, porque disso eu faço questão.



domingo, 10 de julho de 2011

Mau sinal

Ontem eu precisei da ajuda do carregador de pizza para subir as escadarias do prédio.
Pizza numa mão, menino dormindo na outra.
Isso porque o outro menino estava no meu colo, mais pra lá do que pra cá.
E o outro eu puxei pela mão.
Uma mão, porque a outra estava levando algumas sacolas pra mamãe.

Ai, vida!



quinta-feira, 7 de julho de 2011

Olha aí, é o meu guri

Eram dez e pouco da noite.
Eis que flagro o pequeno revirando a gaveta de roupa.
E no escuro, para não acordar os irmãozinhos que dormiam no berço.
Ao perceber minha presença, aponta uma blusinha de neném e pergunta:

- Mamãe, isso aqui é uma calça?
- Não, filho, é uma blusa. Por que?
- É que eu preciso de mais uma calça. Só que é difícil achar no escuro.
- Mas, por que você está procurando roupa a essa hora?
- É porque já estou arrumando a bolsa dos irmãozinhos pra você não se atrasar amanhã.

E me levou até a minha cama, onde já estavam separadas duas peças de roupa pra cada um, meias, sapatos, fraldas, lenço, pomada e bolsa. Só aí eu me dei conta de que ele já estava de pijama, já tinha arrumado a própria caminha e estava quase pronto pra dormir.

- Só não escovei os dentes porque não alcanço o lavatório - respondeu, com a carinha de dever cumprido.

Com nó na garganta, olhei aquele pedaço de gente, que, até anteontem, sequer existia.
E senti uma fisgada no peito ao perceber que o meu baixinho, mesmo ainda sendo pequeno, já não é mais tão pequeno assim.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Tempestade noturna

Choveu na cama esta noite. 100% de molhação.
Saldo da madrugada: três meninos espalhados na minha cama e eu espremida no cantinho.
E achando bom, porque podia ser pior.

Se o temporal tivesse atingido a minha cama também, seriam quatro desabrigados, em claro e mau humorados.

É, podia ser muito pior...



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Descobrindo que menos é mais

Tivemos um fim de semana maravilhoso na pousada do Zé. João e Davi pareciam doendes albinos no meio do mato. O baixinho, entusiasmado com a bicama que herdou do Zé, lançou mais uma da série "pergunta sem resposta":

- Mamãe, por que a gente não mora aqui?



Não sei, filho. Talvez seja por causa do meu lado masoquista que adora pegar horas de trânsito da casa pro trabalho e do trabalho pra casa.
E você, tão novo, já aprendeu os prazeres da vida simples...

Um dia ainda chego lá...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sermão de filho

Para despistar a última crise de dor de cabeça, pedi colo ao baixinho. Rapidamente ele sentou no sofá e colocou minha cabeça cuidadosamente sobre as perninhas.
E me repreendeu:

- Sua cabeça dói porque você pratica pouca atividade física, mamãe.

Tudo bem, consciência, você ganhou mais um aliado...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Crise de identidade

Enfrentei um trânsito danado na volta do trabalho.
Mais de duas horas de engarrafamento.
Quando cheguei, a casa estava um silêncio só.

- Cadê os meninos? - perguntei à babá, admirada.
- Já estão dormindo - respondeu, com ar de dever cumprido.

E deu o parecer completo:

- Pedro jantou e escovou os dentes. João e Davi já estão com a fralda noturna. As mamadeiras também estão preparadas. E tem comida no fogão.

Fiquei arrasada ao constatar o bom funcionamento da casa sem mim.
Será que a babá da carinha boa é a nova dona da casa?
E se for, será que eu sou o homem da casa?


Oh, céus!




terça-feira, 28 de junho de 2011

Meu arraial

O pequeno deu para se intimidar com multidões.
Ia participar de duas quadrilhas, mas deu pra trás na última hora.
Veio todo choroso pra mamãe, que fez o sacrifício de consolar o mais novo tímido do mercado.

O mundo foi privado da maravilhosa performance do meu pimpolho.
Mas eu pude desfrutar do maior prazer do mundo: filho aninhado no colo de mãe...



segunda-feira, 27 de junho de 2011

Experiência

Passamos a tarde de domingo em um restaurante cheio de brinquedos.
Os meninos e eu pulamos igual pipoca, o que me deixou mortinha da silva.
A frase mais sábia do dia veio do garçom bonitinho da cabeça branca:

- Aproveita, minha filha. Depois que crescem, eles viram três coisas: chatos, caros e exigentes.

Ai, ai...