quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Recapitulando
Nem sei o que dizer de 2015.
Mudei de casa quatro vezes.
Casei.
Saí do trabalho.
Plantei um novo projeto profissional.
Nem sei.
Só sei que valeu.
Pode vir, 2016!
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Cão de guarda
Trovão, o bruto, empolgou-se na brincadeira e deu uma focinhada na cara de um dos irmãos-iguais. Furioso, o pequeno teve o impulso de lhe devolver o safanão. Mais que depressa, o baixinho-grande, amigo fiel, entrou na frente e evitou a vingança:
- Para encostar nele você vai ter que passar por cima de mim.
Isso que é cão de guarda.
- Para encostar nele você vai ter que passar por cima de mim.
Isso que é cão de guarda.
domingo, 27 de dezembro de 2015
Protesto
Dia desses, depois de observar Gui e eu na cozinha, cúmplices e companheiros, Davi bateu a porta e saiu pisando duro:
- Esse casamento é uma burrice!
Pode, filho. Protestar pode.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Missão impossível
Mudamos para uma linda e harmoniosa casinha, com direito a quintal, cachorro e tudo. De todos os desafios do novo espaço, o que mais me preocupava eram as necessidades fisiológicas do Trovão, pastor alemão que troveja e faz cocô como ninguém. Antes que eu tivesse que impor a tarefa goela abaixo a algum pequeno, João foi logo se oferecendo:
- Pode deixar comigo, mãe. Aprendi com o vovô Kleber como se faz.
E, por incrível que pareça, é a primeira coisa que ele faz todos os dias, após acordar. Levanta-se e, silenciosamente, segue com sua pá jardim afora. Volta com a cara de dever cumprido, orgulhoso da sua contribuição.
Que Deus, em sua infinita misericórdia, conserve no pequeno essa boa ação e faça-o perseverar nos esforços de preservação da minha sanidade mental.
Amém.
- Pode deixar comigo, mãe. Aprendi com o vovô Kleber como se faz.
E, por incrível que pareça, é a primeira coisa que ele faz todos os dias, após acordar. Levanta-se e, silenciosamente, segue com sua pá jardim afora. Volta com a cara de dever cumprido, orgulhoso da sua contribuição.
Que Deus, em sua infinita misericórdia, conserve no pequeno essa boa ação e faça-o perseverar nos esforços de preservação da minha sanidade mental.
Amém.
Dai-me paciência
Consciência pesada
Depois de um ano e meio de furos, finalmente consegui levar a tropinha ao dentista. Enquanto aguardávamos na sala de espera, saiu um menininho que já acumulava quatro tratamentos de canal nos seus parcos seis anos de vida. Ele passou pelo João e Davi e, implacável, jogou a real:
- Vai doer.
Os dois arregalaram os olhos azuis, à espera de uma salvação:
- Vai doer mesmo, mãe?
Para não desperdiçar a oportunidade, retruquei:
- Só se alguém deixou a desejar na escovação nesse último ano. Isso aconteceu com algum de vocês?
Os dois abaixaram a cabeça e guardaram a resposta para si.
Quando a dentista abriu a porta para começar a chamada dos Lacerdas, João foi até ela e começou a desabafar:
- Eu acho que meus dentes vão estar muito ruins.
- Por que, João?
Arrependido, confessou:
- É que eu deixei de escovar três vezes: uma porque a luz acabou, outra porque eu esqueci mesmo e uma porque eu fingi que já estava dormindo.
E abriu a boca a chorar.
- Vai doer.
Os dois arregalaram os olhos azuis, à espera de uma salvação:
- Vai doer mesmo, mãe?
Para não desperdiçar a oportunidade, retruquei:
- Só se alguém deixou a desejar na escovação nesse último ano. Isso aconteceu com algum de vocês?
Os dois abaixaram a cabeça e guardaram a resposta para si.
Quando a dentista abriu a porta para começar a chamada dos Lacerdas, João foi até ela e começou a desabafar:
- Eu acho que meus dentes vão estar muito ruins.
- Por que, João?
Arrependido, confessou:
- É que eu deixei de escovar três vezes: uma porque a luz acabou, outra porque eu esqueci mesmo e uma porque eu fingi que já estava dormindo.
E abriu a boca a chorar.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
Sentido da vida
sábado, 5 de dezembro de 2015
Masoquismo
Pedro começou a sua coleção de uniformes autografados pelos colegas no último dia de aula.
Confesso que ver o meu baixinho crescendo dá uma fisgadinha dolorida no peito.
Uma deliciosa fisgadinha dolorida no peito.
Vai entender o coração masoquista de mãe...
Confesso que ver o meu baixinho crescendo dá uma fisgadinha dolorida no peito.
Uma deliciosa fisgadinha dolorida no peito.
Vai entender o coração masoquista de mãe...
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Bons motivos
- Eu gosto da sua gargalhada, mãe.
- Sério, Pedro?
- Gosto muito. Pena que você gargalhe tão pouco.
- É que a vida é dura, filho... Nem sempre a gente tem motivo para gargalhar.
- Posso te ajudar com cosquinha, se você quiser.
Pois saiba que de todos os motivos que tenho para sorrir, filhinho, você e seus irmãos são os maiores deles.
- Sério, Pedro?
- Gosto muito. Pena que você gargalhe tão pouco.
- É que a vida é dura, filho... Nem sempre a gente tem motivo para gargalhar.
- Posso te ajudar com cosquinha, se você quiser.
Pois saiba que de todos os motivos que tenho para sorrir, filhinho, você e seus irmãos são os maiores deles.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Opções
O baixinho-grande quer ganhar lichia de natal.
Mas, caso o papai noel esteja com dificuldade de encontrar, disse que pode ser uma bicicleta mesmo.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Melodrama
Pedro tem um joguinho de vídeo game que lhe permite criar coisas e pessoas. Sabe o que ele decidiu criar? Um bebê. O herdeiro exige cuidados diários, mas o baixinho só tem permissão para jogar vídeo game aos finais de semana. Ele, sem vergonha, tentou se aproveitar do meu corporativismo materno e subverter a ordem:
- Mãe, você vai me deixar cuidar dele durante a semana?
- Claro que não.
- Como eu vou fazer?
- Não sei.
- Cuida pra mim?
- De jeito nenhum. Já tenho três filhos na vida real.
Ele, praticamente um mexicano, apelou para o drama:
- Você vai ter coragem de fazer isso com o seu neto?
- Mãe, você vai me deixar cuidar dele durante a semana?
- Claro que não.
- Como eu vou fazer?
- Não sei.
- Cuida pra mim?
- De jeito nenhum. Já tenho três filhos na vida real.
Ele, praticamente um mexicano, apelou para o drama:
- Você vai ter coragem de fazer isso com o seu neto?
Investimento
Pedro descobriu que a filha da nossa ajudante vai vender o xbox dela e se encheu de esperança:
- Quanto será que ela vai cobrar, mãe?
- Não sei, filhinho.
- Se for 39 reais, eu posso comprar.
- Certamente vai ser bem mais caro que isso.
- Quanto mais caro?
- Pelo menos umas vinte vezes esse valor.
João tentou ajudar:
- O Zé da vovó deu 13 reais pra mim e 13 reais pro Davi. A gente pode juntar todo o nosso dinheiro e comprar, Pedro.
Imediatamente, Davi cortou o barato dos irmãos:
- Com o meu dinheiro, não. Vou comprar uma coisa muito legal só pra mim.
Pedro, desafiado, perguntou o que podia ser mais legal que um xbox.
Sem titubear, o irmão respondeu:
- Chicletes com tatuagem, ué.
- Quanto será que ela vai cobrar, mãe?
- Não sei, filhinho.
- Se for 39 reais, eu posso comprar.
- Certamente vai ser bem mais caro que isso.
- Quanto mais caro?
- Pelo menos umas vinte vezes esse valor.
João tentou ajudar:
- O Zé da vovó deu 13 reais pra mim e 13 reais pro Davi. A gente pode juntar todo o nosso dinheiro e comprar, Pedro.
Imediatamente, Davi cortou o barato dos irmãos:
- Com o meu dinheiro, não. Vou comprar uma coisa muito legal só pra mim.
Pedro, desafiado, perguntou o que podia ser mais legal que um xbox.
Sem titubear, o irmão respondeu:
- Chicletes com tatuagem, ué.
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Decrescendo
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Mãe que é mãe se vira nos 30
Vai ter teatrinho na escola e o Davi será o cachorro. Como eu não consegui encontrar uma fantasia pronta, reuni minhas habilidades e fiz uma máscara de feltro.
Quem, como o João, disser que está parecendo uma vaca vai ganhar um cocão.
Quem, como o João, disser que está parecendo uma vaca vai ganhar um cocão.
Espírito de natal
O baixinho-grande, cheio de segundas intenções, começou a conversa:
- Você gosta de natal, mãe?
- Adoro, filho. É a minha festa preferida.
- Por que?
- Porque lembra a minha infância. E eu tive uma infância muito feliz. Nem tanto pelos presentes, porque o vovô não tinha dinheiro para ficar comprando presente para a gente...
Percebi o vacilo e encerrei a frase, torcendo para que ele não percebesse a deixa que tinha acabado de dar. Mas ele, perspicaz, matou a charada:
- Eu sabia.
- Sabia o que, filho?
- Que o papai noel não existe.
Confirmei a sua descoberta com um sorriso contido. Há tempos carregava a consciência pesada por não ter contado a verdade quando ele perguntou. Vitorioso, ele deu asas às suas elucubrações:
- Sempre achei estranho um velhinho que não morre nunca, voa num trenó com várias renas - bicho que eu nunca vi -, coloca todos os presentes do mundo num saco vermelho e visita as casas de todas as crianças na mesma noite.
- Não é muito lógico mesmo. Mas o papai noel existe na fantasia das pessoas, principalmente das crianças. E não podemos tirar isso delas.
Ele balançou a cabeça afirmativamente e refletiu por alguns instantes. Depois de provar o gosto insosso da realidade, admitiu:
- Sabe, mãe? Eu ainda acredito um pouco. Nesse ano, vou ficar acordado para ver por onde ele entra. Não pode ser pela janela, porque tem grade. Deve ser pela porta mesmo. Aí ele vai dar de cara comigo quando entrar, você vai ver.
Isso mesmo, querido.
Alimente a sua fantasia, ela deixa a vida mais doce.
- Você gosta de natal, mãe?
- Adoro, filho. É a minha festa preferida.
- Por que?
- Porque lembra a minha infância. E eu tive uma infância muito feliz. Nem tanto pelos presentes, porque o vovô não tinha dinheiro para ficar comprando presente para a gente...
Percebi o vacilo e encerrei a frase, torcendo para que ele não percebesse a deixa que tinha acabado de dar. Mas ele, perspicaz, matou a charada:
- Eu sabia.
- Sabia o que, filho?
- Que o papai noel não existe.
Confirmei a sua descoberta com um sorriso contido. Há tempos carregava a consciência pesada por não ter contado a verdade quando ele perguntou. Vitorioso, ele deu asas às suas elucubrações:
- Sempre achei estranho um velhinho que não morre nunca, voa num trenó com várias renas - bicho que eu nunca vi -, coloca todos os presentes do mundo num saco vermelho e visita as casas de todas as crianças na mesma noite.
- Não é muito lógico mesmo. Mas o papai noel existe na fantasia das pessoas, principalmente das crianças. E não podemos tirar isso delas.
Ele balançou a cabeça afirmativamente e refletiu por alguns instantes. Depois de provar o gosto insosso da realidade, admitiu:
- Sabe, mãe? Eu ainda acredito um pouco. Nesse ano, vou ficar acordado para ver por onde ele entra. Não pode ser pela janela, porque tem grade. Deve ser pela porta mesmo. Aí ele vai dar de cara comigo quando entrar, você vai ver.
Isso mesmo, querido.
Alimente a sua fantasia, ela deixa a vida mais doce.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Definição
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Prioridades
Confissão
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Contra o feiticeiro
Tenho andado bem cansada do fusuê da tropinha. Principalmente à noite, quando eles deviam estar calmos e prontos para o sono, mas são tomados por um fogo que começa do nada, rapidamente se alastra e termina em choro ou machucado. Numa noite dessas, adverti que a fusarca ia terminar mal:
- Alguém ainda vai se machucar e eu não vou querer nem saber, porque estou pedindo para parar e ninguém me obedece.
Bingo. Não demorou muito para que o primeiro desse uma topada na parede e, chorando, viesse pedir colo. Impiedosa, cumpri minha promessa:
- Não adianta nem vir me contar, pode ir direto pra cama.
Resignado, o baixinho ferido se deitou e dormiu, soluçando de tanto chorar. Acordou com o dedo da mão roxo e inchado, só para me matar de culpa. Ele, vingativo, ainda tripudiou:
- Você não quis ver, agora meu dedo nem dobra mais.
Se praga de mãe tem poder, condenação de filho tem mais ainda. E, vá por mim, dói muito mais.
Bingo. Não demorou muito para que o primeiro desse uma topada na parede e, chorando, viesse pedir colo. Impiedosa, cumpri minha promessa:
- Não adianta nem vir me contar, pode ir direto pra cama.
Resignado, o baixinho ferido se deitou e dormiu, soluçando de tanto chorar. Acordou com o dedo da mão roxo e inchado, só para me matar de culpa. Ele, vingativo, ainda tripudiou:
- Você não quis ver, agora meu dedo nem dobra mais.
Se praga de mãe tem poder, condenação de filho tem mais ainda. E, vá por mim, dói muito mais.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Impaciência
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Conselho de irmão
Diálogo no carro:
- Pedro, você vai morrer primeiro que a gente.
- Não necessariamente, João.
- Vai sim, você é o mais velho.
- A morte nem sempre tem a ver com a idade.
- Não?
- Claro que não. Se fosse assim, nenhuma criança morreria.
E, no alto da sua maturidade de oito anos, aconselhou:
- Por isso é que temos que aproveitar a vida. Nunca sabemos quando a nossa hora vai chegar.
Aguado
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Ponto de vista
João foi o único que concordou de pronto com a rescisão do contrato. Depois de ouvir o discurso sobre o fim da discriminação, ele emendou, em tom de protesto:
- Aquele clube é chato mesmo. Tem muita abelha.
Tudo porque, certo dia, foi picado por uma na saída da piscina.
Cada um com seus motivos, hahaha...
Briga do bem
Reuni a tropinha e expliquei o motivo pelo qual eles não continuarão a fazer natação no Olympico.
Reafirmei que dignidade é um bem precioso, pelo qual todos devem zelar. E que nunca, jamais, em tempo algum, podemos permitir que separem as pessoas por raça, classe econômica, orientação sexual ou qualquer coisa que o valha. Pedro teve dificuldade de entender a que segregação eu me referia:
- Qual o problema do jaleco, mãe? Eu uso na aula de ciências.
Você ainda vai entender, querido, mas o jaleco, nesse caso, é muito mais que uma roupa. É um símbolo de luta.
E essa é uma luta que vai sempre valer a pena.
Reafirmei que dignidade é um bem precioso, pelo qual todos devem zelar. E que nunca, jamais, em tempo algum, podemos permitir que separem as pessoas por raça, classe econômica, orientação sexual ou qualquer coisa que o valha. Pedro teve dificuldade de entender a que segregação eu me referia:
- Qual o problema do jaleco, mãe? Eu uso na aula de ciências.
Você ainda vai entender, querido, mas o jaleco, nesse caso, é muito mais que uma roupa. É um símbolo de luta.
E essa é uma luta que vai sempre valer a pena.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
O dia em que o meu mundo parou
Senta aí, que eu vou contar um absurdo.
Os pimpolhos começaram a fazer natação no clube Olympico, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte. Nossa ajudante é quem os leva e busca. Na aula passada, ela foi impedida de entrar. Motivo: estava sem jaleco. Ela passou quinze minutos retida na secretaria, todos olhando para ela, e voltou para a casa com uma circular malcriada, dizendo que todos os prestadores de serviço deveriam estar trajados de jaleco branco (regra que acabara de ser informada a ela - e a mim - naquele momento).
Fiquei 'p' da vida e fui tirar satisfação com a administração do clube. Perguntei qual tinha sido o critério que eles utilizaram para afirmar que ela era babá, já que este dado não havia sido informado no momento do cadastro dela no clube. Afirmei que ela podia ser vizinha da família, madrinha, amiga, tia, qualquer coisa, mas que estavam julgando-na pela aparência. A condição dela era de acompanhante, assim como poderia ser a minha irmã, minha mãe ou qualquer pessoa a quem eu tivesse delegado a responsabilidade de acompanhar meus filhos durante os parcos 60 minutos em que eles ficam nas dependências do local.
O clube insistiu que se tratava de uma regra interna. É prestador de serviço remunerado pela família? Tem que usar jaleco. Desafiei-os a provar que ela era minha prestadora de serviço. Nem se arriscaram, é claro. Afinal, não tinham acesso a nenhum documento que comprovasse a relação trabalhista dela comigo. Tentando justificar o injustificável, alegaram que os sócios do clube se sentem incomodados de dividir os espaços com os ajudantes de outros sócios (!). E que se ela não fosse babá das crianças, teria que apresentar documento comprovando o grau de parentesco com os meninos (!!). Sem isso, nada feito. Jaleco nela.
Saí indignada, amargando o dissabor da discriminação que nem aconteceu comigo.
O contrato, obviamente, será rescindido.
Tenho medo de o problema estar na água.
Correr o risco de os meus filhos pegarem algum preconceito? Não, não vale a pena.
Os pimpolhos começaram a fazer natação no clube Olympico, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte. Nossa ajudante é quem os leva e busca. Na aula passada, ela foi impedida de entrar. Motivo: estava sem jaleco. Ela passou quinze minutos retida na secretaria, todos olhando para ela, e voltou para a casa com uma circular malcriada, dizendo que todos os prestadores de serviço deveriam estar trajados de jaleco branco (regra que acabara de ser informada a ela - e a mim - naquele momento).
Fiquei 'p' da vida e fui tirar satisfação com a administração do clube. Perguntei qual tinha sido o critério que eles utilizaram para afirmar que ela era babá, já que este dado não havia sido informado no momento do cadastro dela no clube. Afirmei que ela podia ser vizinha da família, madrinha, amiga, tia, qualquer coisa, mas que estavam julgando-na pela aparência. A condição dela era de acompanhante, assim como poderia ser a minha irmã, minha mãe ou qualquer pessoa a quem eu tivesse delegado a responsabilidade de acompanhar meus filhos durante os parcos 60 minutos em que eles ficam nas dependências do local.
O clube insistiu que se tratava de uma regra interna. É prestador de serviço remunerado pela família? Tem que usar jaleco. Desafiei-os a provar que ela era minha prestadora de serviço. Nem se arriscaram, é claro. Afinal, não tinham acesso a nenhum documento que comprovasse a relação trabalhista dela comigo. Tentando justificar o injustificável, alegaram que os sócios do clube se sentem incomodados de dividir os espaços com os ajudantes de outros sócios (!). E que se ela não fosse babá das crianças, teria que apresentar documento comprovando o grau de parentesco com os meninos (!!). Sem isso, nada feito. Jaleco nela.
Saí indignada, amargando o dissabor da discriminação que nem aconteceu comigo.
O contrato, obviamente, será rescindido.
Tenho medo de o problema estar na água.
Correr o risco de os meus filhos pegarem algum preconceito? Não, não vale a pena.
Amor de irmão
- Mãe, sabia que eu consigo chorar só de pensar em uma coisa triste?
- Sério, Pedro?
- Sério.
- Isso é sinal de que você tem muita sensibilidade.
- Quer ver?
- Mas, você vai ficar triste depois?
- Não, é só pensar em uma coisa feliz que eu volto ao normal.
- Então, quero ver.
Ele fechou os olhos, concentrou-se e deixou as lágrimas descerem copiosamente.
Preocupada, interrompi o experimento:
- Está tudo bem, filho?
- Sim.
- Você chora mesmo, hein?
- É que eu pensei uma coisa muito ruim. Credo.
- E o que foi?
- Que o João e Davi tinham morrido. Não dá pra viver sem eles.
Todos juntos, em coro:
own...
- Sério, Pedro?
- Sério.
- Isso é sinal de que você tem muita sensibilidade.
- Quer ver?
- Mas, você vai ficar triste depois?
- Não, é só pensar em uma coisa feliz que eu volto ao normal.
- Então, quero ver.
Ele fechou os olhos, concentrou-se e deixou as lágrimas descerem copiosamente.
Preocupada, interrompi o experimento:
- Está tudo bem, filho?
- Sim.
- Você chora mesmo, hein?
- É que eu pensei uma coisa muito ruim. Credo.
- E o que foi?
- Que o João e Davi tinham morrido. Não dá pra viver sem eles.
Todos juntos, em coro:
own...
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Ciúme de filho
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Grama do vizinho
- Mãe, a mãe do Arthur é mais boa que você.
- É mesmo, João? E por que?
- Porque ela compra lanche na cantina para ele.
- Sei.
- Ela acabou de perguntar o que ele queria e ele pediu picolé.
- Hã.
- Ela comprou sem brigar com ele. E hoje nem é fim de semana.
- Nossa. Que mãe, hein?
Ele, esperançoso, deu a última cartada:
- Pergunta pra ela como faz pra ser boa mãe assim.
- É mesmo, João? E por que?
- Porque ela compra lanche na cantina para ele.
- Sei.
- Ela acabou de perguntar o que ele queria e ele pediu picolé.
- Hã.
- Ela comprou sem brigar com ele. E hoje nem é fim de semana.
- Nossa. Que mãe, hein?
Ele, esperançoso, deu a última cartada:
- Pergunta pra ela como faz pra ser boa mãe assim.
Homem da casa
Nossa casa foi invadida por pernilongos. Os covardes seres das trevas esperam a noite alta para atacar. E preferem o quarto dos meninos, porque lá tem carne macia e de primeira. Na noite passada, Pedro se irritou com os ataques e decidiu dormir no sofá da sala. Quando percebeu que o terreno estava seguro, convidou os irmãos também, que prontamente aceitaram a oferta. Só descobri a movimentação no dia seguinte, quando me deparei com o baixinho-grande dormindo no tapete e os irmãos-iguais dividindo o sofá. Intrigada com a cena, perguntei ao baixinho:
- O que aconteceu, Pedro?
- Simplesmente estava impossível ficar no quarto com aquele monte de pernilongo. Aí eu resolvi vir pra sala e chamei os irmãos também.
- Como você pretendia colocar três crianças deitadas em um sofá de três lugares?
- A gente até tentou, mas estava dando briga. Aí eu acabei indo pro chão e eles se ajeitaram lá em cima.
- E por que você cedeu o sofá para eles?
- Porque eu não ia ter coragem de deixar eles dormindo no chão, ué.
- Mas foi o que você acabou fazendo.
- Sim, mas eu sou grande e aguento.
Que sorte esses irmãos têm.
- O que aconteceu, Pedro?
- Simplesmente estava impossível ficar no quarto com aquele monte de pernilongo. Aí eu resolvi vir pra sala e chamei os irmãos também.
- Como você pretendia colocar três crianças deitadas em um sofá de três lugares?
- A gente até tentou, mas estava dando briga. Aí eu acabei indo pro chão e eles se ajeitaram lá em cima.
- E por que você cedeu o sofá para eles?
- Porque eu não ia ter coragem de deixar eles dormindo no chão, ué.
- Mas foi o que você acabou fazendo.
- Sim, mas eu sou grande e aguento.
Que sorte esses irmãos têm.
Gatinho manhoso
Acordei o João com mimos e carinhos:
- Vamos acordar, gatinho manhoso?
Ele se espreguiçou, bocejou, esfregou os olhinhos e respondeu:
- Miau...
- Vamos acordar, gatinho manhoso?
Ele se espreguiçou, bocejou, esfregou os olhinhos e respondeu:
- Miau...
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Autocrítica
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Delação premiada
A professora do Davi está no final da sua licença-maternidade. Frequentemente eu pergunto se ela já voltou para a escola. Sabendo da minha curiosidade, ele decidiu usar a resposta como moeda de troca:
- O que a gente vai comer agora, mãe?
- Mais nada, Vivi.
- Se você não der nada pra gente, eu não vou te contar que a Emília já voltou hoje.
Obrigada, querido.
- O que a gente vai comer agora, mãe?
- Mais nada, Vivi.
- Se você não der nada pra gente, eu não vou te contar que a Emília já voltou hoje.
Obrigada, querido.
Caim e Abel
Pedro e João têm se estranhado, ultimamente. Começa com a provocação de um e termina com os pontapés do outro. Os arranca-rabos têm sido cada vez mais sérios e resultam em castigos severos para os dois. Quase morro com isso, porque acho que não tem nada mais triste do que irmãos brigando. Eu tenho a sorte de ter os melhores do mundo, companheiros de uma vida inteira de alegrias e tristezas. Quero muito que os meus também desfrutem desse privilégio.
Tomara que eles queiram também.
Tomara que eles queiram também.
Homens
No estacionamento do shopping, Vivi pediu para parar o carro em uma vaga distante. Respondi que não, que tinham melhores. Ele insistiu. Perguntei por que ele queria tanto aquela vaga. Ele apontou para um aglomerado de mocinhas e se explicou:
- Para parar do lado daquelas moças bonitas.
Homens.
Tsc, tsc...
- Para parar do lado daquelas moças bonitas.
Homens.
Tsc, tsc...
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Libertação
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Identidade visual
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Super sincero
Resolvi investir na minha veia artística, que, até agora, é da espessura de uma linha de costura, e decidi fazer a decoração de natal da nossa casa. Com a ajuda da internet, mãe de todas as mães, selecionei uns modelitos lindos para a nossa árvore. Comecei por essas simpáticas bolinhas:
Feltro, linha e agulha. Não pode ser tão difícil assim, né?
Pois lamento informar que é.
Depois de muitos dedos furados, nós cegos e três noites de trabalho, consegui fazer a minha primeira remessa.
Desconfiada, perguntei ao baixinho-grande:
- Quanto você pagaria por elas, filho?
Ele, sem cerimônia, respondeu:
- Três por cinco reais.
Ok, entendi o recado.
Como artesã, sou ótima jornalista.
Feltro, linha e agulha. Não pode ser tão difícil assim, né?
Pois lamento informar que é.
Depois de muitos dedos furados, nós cegos e três noites de trabalho, consegui fazer a minha primeira remessa.
Desconfiada, perguntei ao baixinho-grande:
- Quanto você pagaria por elas, filho?
Ele, sem cerimônia, respondeu:
- Três por cinco reais.
Ok, entendi o recado.
Como artesã, sou ótima jornalista.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Sopro de esperança
Procuro incentivar os pimpolhos a exercerem o desapego, porque somos privilegiados e temos muito. Em casa, estamos prontos para doar qualquer coisa que nos pertença, desde que seja mais útil para o próximo do que para nós.
Para a minha alegria, eles vêm aprendendo. Tive uma demonstração disso na saída do estádio, numa noite de sexta-feira. O baixinho-grande estava com uma caixinha de suco que sobrou da comilança da arquibancada. No caminho para o carro, ele se deparou com um morador de rua, já preparado para dormir. Com a doçura que lhe é característica, estendeu as mãozinhas e ofereceu:
- Você quer esse suquinho, moço?
Admirado com a conduta do pequeno, o morador de rua se levantou do seu colchão, ajoelhou-se na frente dele e o abraçou. Não parava de repetir o quanto ele era especial:
- Você é um anjo que veio alegrar a minha noite. Vou ter um dia bem melhor amanhã.
Emocionados com a reação daquele homem, fomos embora refletindo sobre a miserabilidade do ser humano. Não me refiro a ele, é claro. Mas a todos os que insistimos em tratar de maneira diferente os iguais. Aquele homem, tantas vezes invisível, foi notado por uma criança de coração puro. Apesar da aridez da vida que leva, do peito dele transborda amor.
Sim, ninguém é tão pobre que não tenha nada a dar, nem tão rico que não tenha nada a receber. Naquele dia, nós recebemos. Eu mais ainda, por ver brotar das mãos do meu pequeno atitudes que confirmam que esse mundo ainda tem jeito.
Para a minha alegria, eles vêm aprendendo. Tive uma demonstração disso na saída do estádio, numa noite de sexta-feira. O baixinho-grande estava com uma caixinha de suco que sobrou da comilança da arquibancada. No caminho para o carro, ele se deparou com um morador de rua, já preparado para dormir. Com a doçura que lhe é característica, estendeu as mãozinhas e ofereceu:
- Você quer esse suquinho, moço?
Admirado com a conduta do pequeno, o morador de rua se levantou do seu colchão, ajoelhou-se na frente dele e o abraçou. Não parava de repetir o quanto ele era especial:
- Você é um anjo que veio alegrar a minha noite. Vou ter um dia bem melhor amanhã.
Emocionados com a reação daquele homem, fomos embora refletindo sobre a miserabilidade do ser humano. Não me refiro a ele, é claro. Mas a todos os que insistimos em tratar de maneira diferente os iguais. Aquele homem, tantas vezes invisível, foi notado por uma criança de coração puro. Apesar da aridez da vida que leva, do peito dele transborda amor.
Sim, ninguém é tão pobre que não tenha nada a dar, nem tão rico que não tenha nada a receber. Naquele dia, nós recebemos. Eu mais ainda, por ver brotar das mãos do meu pequeno atitudes que confirmam que esse mundo ainda tem jeito.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Novo bicho papão
Li uma reportagem que afirma que o criminoso é o novo bicho papão das crianças. Segundo a enquete feita pelo jornal, o medo de sofrer algum tipo de violência assombra 65% dos pequenos entrevistados.
Infelizmente, os meus se incluem nessa triste estatística.
João é o mais impressionável. Na rua, observa as cercas elétricas das casas, as grades nas janelas, as pichações nos muros altos. Compara um carro com o outro, vê qual é mais seguro, analisa a vulnerabilidade dos pedestres. E ainda hoje se pergunta o motivo pelo qual o ladrão quis tanto o seu material escolar, no episódio de furto da sua mochila. Para que ele não perca a esperança na humanidade, respondo:
- Para estudar e se tornar uma pessoa melhor, meu filho.
Que assim seja.
Infelizmente, os meus se incluem nessa triste estatística.
João é o mais impressionável. Na rua, observa as cercas elétricas das casas, as grades nas janelas, as pichações nos muros altos. Compara um carro com o outro, vê qual é mais seguro, analisa a vulnerabilidade dos pedestres. E ainda hoje se pergunta o motivo pelo qual o ladrão quis tanto o seu material escolar, no episódio de furto da sua mochila. Para que ele não perca a esperança na humanidade, respondo:
- Para estudar e se tornar uma pessoa melhor, meu filho.
Que assim seja.
Prioridades
Pedro recebeu mais uma circular convidando para um jogo fora da escola. Me entregou o bilhete com todo cuidado do mundo. Li e deixei sobre o banco da frente do carro. Ao sair, fui repreendida:
- Mãe, você vai deixar o bilhete ali?
- Vou, por que?
- E se roubarem o carro?
Fique tranquilo, filho.
A gente dá queixa do furto do bilhete.
- Mãe, você vai deixar o bilhete ali?
- Vou, por que?
- E se roubarem o carro?
Fique tranquilo, filho.
A gente dá queixa do furto do bilhete.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
A amamentação e seus fantasmas
A jornalista Fernanda Gentil postou um desabafo sobre a idealização da amamentação, tema que até hoje me dá arrepios. Posso fechar os olhos e sentir de novo a angústia de esperar pelo leite que não desce. Meu peito ainda lateja ao lembrar a dor do leite empedrado. E a sensação de incompetência a cada complemento de mamada? E o desespero que dá quando as casquinhas recém-formadas das fissuras dos mamilos são cruelmente arrancadas por boquinhas famintas e sem dentes? O que dizer dos palpites, que vêm aos montes, de todos os lados?
Enquanto estava nesse suplício, só conseguia pensar: onde estavam os sinos badalando e os anjos abençoando aquele momento tão mágico? Onde estava o prazer quase orgásmico que as mulheres diziam sentir? Por que eu não conseguia achar bom o fato de ser a única fonte de alimento dos meus filhos? Não sei. Simplesmente não foi para mim. Acho que não é para um monte de gente.
Leite materno é importante? Sim. Tão importante que merece toda a dedicação da mãe, mesmo quando ela achar que não tem mais forças. Mas, quando as forças realmente acabarem, essa mãe precisa de compreensão. Muito mais do que a criança precisa do leite materno. A maternidade já é uma tarefa difícil demais para ser agravada pela crueldade dos julgamentos dos outros. Nessa hora, é a mãe que precisa de colo.
Foi o que me faltou.
Hoje, passados tantos anos, vejo que sobrevivemos bem à tempestade.
Os meninos são fortes e saudáveis. O mesmo posso dizer de mim.
Pena que custe tão caro.
Fernanda Gentil, dê cá um abraço.
Enquanto estava nesse suplício, só conseguia pensar: onde estavam os sinos badalando e os anjos abençoando aquele momento tão mágico? Onde estava o prazer quase orgásmico que as mulheres diziam sentir? Por que eu não conseguia achar bom o fato de ser a única fonte de alimento dos meus filhos? Não sei. Simplesmente não foi para mim. Acho que não é para um monte de gente.
Leite materno é importante? Sim. Tão importante que merece toda a dedicação da mãe, mesmo quando ela achar que não tem mais forças. Mas, quando as forças realmente acabarem, essa mãe precisa de compreensão. Muito mais do que a criança precisa do leite materno. A maternidade já é uma tarefa difícil demais para ser agravada pela crueldade dos julgamentos dos outros. Nessa hora, é a mãe que precisa de colo.
Foi o que me faltou.
Hoje, passados tantos anos, vejo que sobrevivemos bem à tempestade.
Os meninos são fortes e saudáveis. O mesmo posso dizer de mim.
Pena que custe tão caro.
Fernanda Gentil, dê cá um abraço.
Riso preso
- Mãe, eu nasci pelado?
- Claro, João. Todo mundo nasce pelado.
- Era médico ou médica?
- Médico.
- Ufa.
- Por que?
- Se fosse médica, ela ia sorrir de mim.
- Claro que não, filho. Que graça tem um neném pelado?
- É porque médica menina não tem as mesmas coisas que a gente.
- E o que é que tem isso?
- Elas devem achar engraçado porque balança.
Em respeito ao João, segure o riso, por favor.
- Claro, João. Todo mundo nasce pelado.
- Era médico ou médica?
- Médico.
- Ufa.
- Por que?
- Se fosse médica, ela ia sorrir de mim.
- Claro que não, filho. Que graça tem um neném pelado?
- É porque médica menina não tem as mesmas coisas que a gente.
- E o que é que tem isso?
- Elas devem achar engraçado porque balança.
Em respeito ao João, segure o riso, por favor.
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Caminho do meio
O baixinho-grande, num misto de alegria e desconfiança, chega da escola contando as novidades:
- Mãe, tenho uma notícia boa e uma ruim.
- O que foi, filhinho?
- A boa é que eu fui o leitor de destaque do semestre. Ganhei um diploma, um livro da biblioteca e todo mundo bateu palma para mim.
- Que ótimo! Parabéns, querido!! E a ruim?
- Levei uma anotação na agenda porque o para casa de matemática estava incompleto.
Assim mesmo, meu filho: nem um extremo, nem o outro.
Aprenda a trilhar o caminho do meio.
Ele leva ao melhor da vida.
- Mãe, tenho uma notícia boa e uma ruim.
- O que foi, filhinho?
- A boa é que eu fui o leitor de destaque do semestre. Ganhei um diploma, um livro da biblioteca e todo mundo bateu palma para mim.
- Que ótimo! Parabéns, querido!! E a ruim?
- Levei uma anotação na agenda porque o para casa de matemática estava incompleto.
Assim mesmo, meu filho: nem um extremo, nem o outro.
Aprenda a trilhar o caminho do meio.
Ele leva ao melhor da vida.
domingo, 27 de setembro de 2015
Amor verdadeiro
sábado, 26 de setembro de 2015
Fraternidade
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Autocontrole
Goleirão
Ontem teve amistoso do time da escola.
O placar estava desfavorável para nós e o baixinho-grande, que não aceita perder, foi escalado para fechar o gol. Dê uma aceleradinha para os 2'25'' e veja como ele leva o assunto a sério.
Placar final: 17 a 14. Para nós.
Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.
Menos a mãe do goleiro, é claro.
Placar final: 17 a 14. Para nós.
Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.
Menos a mãe do goleiro, é claro.
Assinar:
Postagens (Atom)