segunda-feira, 29 de abril de 2013
Ouvindo vozes
- Mãe, meu ouvido tá falando.
- Falando o quê, filho?
- Um tanto de coisa.
- Ouvido não fala, volte a dormir.
- Fala sim, escuta pra você ver.
- Pronto, filho. Já tampei seu ouvidinho, pode dormir.
- Não adiantou, mãe. Ele ainda tá falando.
Então escute, João.
Vai que é a sua consciência...
domingo, 28 de abril de 2013
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Performance
Ele abre os braços e declara:
- Mãe, eu te amo!
- Eu também te amo, Vivi. Agora já pode descer de cima da mesa.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Bebebês
- Como se diz 'hipopótamo'?
Ele prontamente responde, sem desconfiar que está sendo testado:
- Popotamú.
O irmão-igual interrompe as risadas da mãe para se fazer de sabichão:
- Não é assim que fala. É assim, ó: popótamo.
E aumenta a torcida da mãe para que o 'hi', que está tão perto de ser encontrado, se perca pelo caminho...
quarta-feira, 24 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
Super biscoito
- Vamos brincar de Incrível Hulk?
Davi aceita, mas propõe adaptações:
- Só se eu for o Inquível Cookie.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Sofrendo por antecipação
1) Que eles nunca tenham vergonha dos meus escândalos e chiliques. Mãe pode tudo.
1) Que eles nunca fiquem cabeludos e barbudos. Principalmente ao mesmo tempo.
2) Que eles nunca troquem a minha trabalhosa e elaborada ceia de natal pela casa das namoradas.
Não necessariamente nessa ordem.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Vamos ao que interessa
Passei longas e intermináveis 16 horas longe dos pequenos por causa de um compromisso de trabalho. O amigo leitor pode me chamar de exagerada, dramática e chiliquenta, mas meu meu coração realmente ficou apertadinho de saudade. Quando cheguei, os três já estavam dormindo, o que aumentou ainda mais a minha carência. Me aconcheguei ao lado deles e fiquei esperando o dia amanhecer.
João foi o primeiro a acordar. Antes que eu pudesse apertá-lo e dizer o quanto sofri longe deles, ele se manifestou:
- Quero leite.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Soletrando
- Vou soletrar: l-e-g-o...
- Não, mãe. Já sei que escreve assim: i-s-t-a-r u-ó-r-s. A minha dúvida é se o final é com s ou z.
Sei não, filho, mas acho que você vai ter que desenhar...
Sei não, filho, mas acho que você vai ter que desenhar...
terça-feira, 16 de abril de 2013
Ditadura das mães
- Ah, nem, mãe. Não estamos com frio.
- Não estão com frio agora, mas lá fora está gelado.
- Não está, tem até sol, ó.
- Sol não é sinônimo de calor.
- Mas a gente fica suado com a blusa de frio.
- É melhor suar de calor do que tremer de frio.
E chega de papo.
O fato é que EU estou com frio.
E quando EU estou com frio, TODOS estão com frio.
Entenderam?
Um viva à ditadura das mães!
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Honestidade
Davi, o companheiro:
- Coloca a blusa no nariz.
- Por que, Vivi?
- Soltei pum.
Isso mesmo, meu filho.
Honestidade acima de tudo.
sábado, 13 de abril de 2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Identidade
Quer saber quem é quem?
É só perguntar para eles mesmos:
- Quem é você?
- João.
- Como você sabe?- Eu tenho pinta.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Quebrando o gelo
Todo dia é a mesma luta para sair de casa. Levantar da cama, tomar o bendito leite com toddy, ir ao banheiro, trocar a roupa, escovar os dentes, pentear o cabelo, preparar a mochila... Tudo isso vezes três. A mãe fica parecendo uma louca: cara de mau, apito na mão e olho no relógio. Hoje, depois do corre-corre, houve o bom e velho sermão a caminho da escola:
- Vocês têm que me ajudar mais, não tem santo que aguente esse aperto todo dia...
Davi fez cara de compreensivo e quebrou o gelo:
- Também fico apertado todo dia, mas aí eu faço xixi.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Exigências
João: - Quelia um carro azul. Ou amalelo.
Davi: - Quelia um carro verde. Ou vemelo.
Pedro: - Queria um branco com marca de leão.
Desejam mais alguma coisa, senhores?
terça-feira, 9 de abril de 2013
Precavido
- Não quelo, é ruim.
- Esse não é ruim. É de morango.
- Mas você lavou?
- O molango antes de fazer o temédo?
segunda-feira, 8 de abril de 2013
domingo, 7 de abril de 2013
Fama
Desde que a mamãe trocou de carro, os baixinhos começaram a fazer o maior sucesso no trânsito. É que os vidros ainda não têm película protetora, o que acaba por expor toda a belezura do trio. João é um dos mais assediados e vem estranhando a nova fama:
- Mãe, por que essa moto tá aqui do meu lado?
- Porque ela também está parada no sinal, filhinho.
E, enquanto dava um sorrisinho amarelo, ele perguntou, entre os dentes:
- Então por que o motorista tá me dando beleza?
É chato ser famoso, né, filho?
- Mãe, por que essa moto tá aqui do meu lado?
- Porque ela também está parada no sinal, filhinho.
E, enquanto dava um sorrisinho amarelo, ele perguntou, entre os dentes:
- Então por que o motorista tá me dando beleza?
É chato ser famoso, né, filho?
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Responsabilidades
Pensando no que uma querida amiga
disse.
Crianças não têm que ser poupadas da realidade. Principalmente quando se trata de responsabilidades. O que o outro faz, ou deixa de fazer, não pode ser assunto proibido.
Sim, ele não veio. Sim, ele não fez o que prometeu. Sim, isso nos machuca. Sim, também queria que fosse diferente.
Poupar as crianças do que é significativo implica em criar um mundo imaginário. Às vezes mágico, às vezes fantástico, mas sempre mentiroso. Talvez isso torne a infância realista demais. Talvez torne a infância desenganada demais.
Mas certamente tornará adultos mais responsáveis.
Pura verdade.
Obrigada pela reflexão, querida.
Crianças não têm que ser poupadas da realidade. Principalmente quando se trata de responsabilidades. O que o outro faz, ou deixa de fazer, não pode ser assunto proibido.
Sim, ele não veio. Sim, ele não fez o que prometeu. Sim, isso nos machuca. Sim, também queria que fosse diferente.
Poupar as crianças do que é significativo implica em criar um mundo imaginário. Às vezes mágico, às vezes fantástico, mas sempre mentiroso. Talvez isso torne a infância realista demais. Talvez torne a infância desenganada demais.
Mas certamente tornará adultos mais responsáveis.
Pura verdade.
Obrigada pela reflexão, querida.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Revolução dos filhos
Não, meus filhos, isso é contra os meus princípios. A regra é clara e impera desde muito antes de vocês pensarem em existir: chocolate, só depois do almoço. E já que vocês só almoçam comigo aos finais de semana, já têm sobremesa garantida para todos os sábados e domingos do ano. Não é ótimo?
Acho que não. Após ouvir o mesmo discurso que vem se repetindo desde a noite de domingo, João se rebelou:
- A gente é quiança! A gente quer ovo de Páscoa!
O pior é que a voz do subversivo encontrou ressonância nos demais. Devo confessar que meu reinado está ameaçado.
E agora, espelho meu?
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Revolução das mães
Isso é o que todos os filhos pensam, quase sempre com razão.
Não mais comigo, meu bem.
Hoje, comecei o meu processo de libertação. Disposta a retomar a autonomia e o desfrute do meu banho, provei que sou capaz de ignorar a casa caindo do lado de fora do banheiro.
Hoje, comecei o meu processo de libertação. Disposta a retomar a autonomia e o desfrute do meu banho, provei que sou capaz de ignorar a casa caindo do lado de fora do banheiro.
Assim que entrei debaixo do chuveiro, veio do quarto um grito estridente seguido de um choro assustador. Alguém está gravemente ferido, pensei comigo. Antes de sair ensaboada e descabelada do banheiro, respirei fundo e interroguei a testemunha grande:
- Pedro, o que está acontecendo aí?
- Um irmão bateu no outro.
- Machucou?- Machucou.
- Está saindo sangue?
- Não. Pois bem. Fosse o que fosse, podia esperar.
E voltei para o meu banho, linda e loira.
Praticamente uma vitoriosa.
Se eu posso, você também pode.
Repita comigo: eu posso, eu quero, eu consigo!
Repita comigo: eu posso, eu quero, eu consigo!
terça-feira, 2 de abril de 2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Anatomia
Davi: - O meu ovo é pequenino.
João: - E o meu é gandão.
Pedro: Tem nada disso, gente. O coelhinho da páscoa só consegue botar ovo do mesmo tamanho.
Isso mesmo, filho.
Afinal, é uma questão de anatomia.
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