segunda-feira, 31 de março de 2014

Romântico, só que não

O baixinho-grande, romantiquinho, declara:

- Mãe, você é tão bonita!
- Que lindo, filho! Adoro quando você fica assim, carinhoso...
- Mas a tia Gabi é mais. 

Fuen, fuen, fuen, fueeeeen...


Imaginação

Eu já imaginava que aquele xixi na tirinha mudaria a minha vida. O que eu não imaginava é que seria em dose dupla. 
Quem poderia imaginar?

Lembro como se fosse ontem: "parabéns, são dois", disse o médico. Olhos arregalados. Expressão congelada. Três dias de choro velado. Muitos meses de choro assumido. Um leão por dia. 

Eles vieram. Mudaram tudo. Levaram-me ao extremo. De um lado, o cansaço. De outro, a realização. Um cai e levanta constante. Mas, não, não foi ontem. Já se vão quatro anos. 

Quem poderia imaginar? 
Naquele dia 31, quatro anos atrás, quem poderia imaginar que eu estaria aqui, quatro anos depois, comemorando a perfeição do caos? Quem poderia imaginar que daquele contexto controverso brotariam sementinhas tão lindas?

Hoje, eu imagino. 
Imagino uma infância plena de felicidade. 
Imagino uma adolescência com tudo o que eles têm direito. 
Imagino a fase adulta chegando para homens com H maiúsculo. Imagino que tudo, tudinho mesmo, terá valido a pena. 

E se hoje o amor transborda do meu peito, a culpa é deles. Feliz aniversário, duplinha!

Foto: Flávio Patrocínio


domingo, 30 de março de 2014

Amizade

Deus conserve, crianças.

Festança

Quando a alegria é demais, o capricho aumenta. 
Veja que mimo ficou a festança desse ano:

Começou pelo convitinho feito pelo amigo da mamãe, Luiz
As plaquinhas com os nomes e as idades deram um
charme especial aos docinhos, preparados pela mamãe
Usamos tampas de caixas de presente como bandejas.
A decoração foi feita com papel crepom,
bandeirinhas impressas em gráfica e balão de gás hélio

A harmonia da mesa se deve ao bom gosto da tia Binha,
praticamente a única mulherzinha da família. Os enfeites
de mesa foram montados com a ajuda da tia Gabi, que
também tirou e colocou as mesas do lado de dentro mil
vezes por causa da chuva que ameaçava cair
As lembrancinhas foram os tradicionais saquinhos de
guloseimas, que fizeram um sucesso danado
O lado de fora do prédio ficou tomado por quase 50 crianças, que brincaram no pula pula, caíram no tombo legal, jogaram futebol e basquete. 

Mando um super beijo de gratidão para a tia Binha, o Zé, a tia Gabi, a vovó e todo mundo que ajudou a preparar essa festinha com tanto carinho. Obrigada também aos vizinhos, que emprestaram a área comum do prédio com muito bom grado. 

A mamãe e os pimpolhos estão muito felizes!
Até o ano que vem!

sábado, 29 de março de 2014

Privilégio

O tio pediatra provoca:

- Segunda é aniversário de quem, João? Seu ou do Davi?
- De nós dois.
- Juntos?
- Ahã. 
- Vai ser sempre assim?
- Vai. 
- Não tenho nenhum irmão que faz aniversário no mesmo dia que eu. 
- É que a gente é gêmeo. 
- E isso é bom?
- É muito melhor de todos.


Apelando


Irritado com o irmão grande, João leva as mãozinhas à cabeça e tem um ataque de fúria:

- Eu vou abrir a minha cabeça, arrancar o meu cébo e jogar em você!

 

quinta-feira, 27 de março de 2014

terça-feira, 25 de março de 2014

Aniversário



Eis que o meu quarto filho acaba de completar 1000 postagens!!! 


Parabéns, Meus Pimpolhos!

Quatro anos

A prova de que eles estão virando rapazinhos veio do Davi, que até ontem chorava só de imaginar em ficar sozinho. 

Precisei dar um pulinho na garagem para pegar um embrulho esquecido no carro. Fiz mil recomendações e percorri o trajeto em tempo recorde, já imaginando o chororô que me aguardava lá em cima. Ao chegar em casa, o silêncio era tanto que me deixou preocupada. Corri até o quarto e, para a minha surpresa, todos estavam exatamente como deixei. Perguntei, desconfiada:

- Tudo bem aí, gente? 

Davi, cheio de si, respondeu:

- Tanquilo, mãe.

Bem-vindos, quatro anos. 

Furdunço

Ouço um furdunço no quarto e, da cozinha, chamo a atenção:

- O que está acontecendo aí?

Logo vem o Pedro esclarecer:

- Davi começou a brigar comigo porque eu estava comendo pão na cama dele. Não tinha problema, porque eu estava com o pratinho na mão, então, não estava caindo nem um cisquinho na cama. Aí ele começou a chorar e me mandou sair. Eu falei que não ia sair, aí ele chorou mais ainda. João chamou ele de bebê chorão e ficou imitando ele. Aí ele fez um escândalo e te deixou brava assim. Foi isso.

Nada mais havendo a declarar, deu por encerrada a presente ata.  


segunda-feira, 24 de março de 2014

quinta-feira, 20 de março de 2014

Bateção

Estão chegando os quatro anos.
Eu, que já tive três corações dentro de mim, agora sigo a saltitar junto com os deles por aí. Um saltitar cheio de vida, ora sobressaltado, ora asserenado.

Como eu amo essa bateção!
Tum-tum para vocês também, filhinhos.

Foto: Flávio Patrocínio

Dança das camas

Toda noite é a mesma coisa. Embora cada um tenha a sua própria cama, os três fazem um confuso rodízio entre elas. A do Pedro é a mais disputada, talvez porque seja a mais gande de todas, como diz o João. Ontem, a dança foi assim:

Davi correu para a cama do Pedro. Pedro foi para a cama do João, que teve que se conformar com a cama do Davi, a primeira e menos macia da triliche. Insatisfeito, ele protestou:

- Não queria dormir aqui. 
- Resolva com os seus irmãos, filho. 
- Ninguém quer trocar comigo. Vou ter que dormir na sua cama, mãe. 
- De jeito nenhum. Você conhece a regra: filho só dorme na minha cama quando está doente. 
- Então eu vou dormir alá com a vovó. 

Pegou o seu travesseirinho e, pisando duro, foi bater na porta da vovó. Voltou pouco tempo depois. Parece ganhou um pito porque estava agitado demais. A essa altura, Pedro e Davi já estavam no décimo sono. Antes de se resignar a ficar mesmo na cama do irmão, ele fez seu último manifesto:

- Eu só queria dormir na cama de mim.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Ossos do ofício

Esses dias, o baixinho-grande tem tido pouco para casa para fazer. É semana de prova, então a escola está dando um refresco para que ele tenha mais chance de estudar em casa. Eu adorei o fôlego, porque essa história de ficar marcando em cima, todo santo dia, é uma canseira danada. Mas, antes que eu pudesse comemorar, logo vieram os baixinhos-pequenos numa empolgação só:

- Mãe, nosso pala casa é de cortar e colar! 

Ó a minha cara de animação, ó. 


segunda-feira, 17 de março de 2014

Casa na árvore

 
A vontade de morar perto da escola é tão grande que os baixinhos andam de carro procurando placas de aluga-se e vende-se pelos prédios. Hoje, João encontrou a solução:

- E se a gente morar em cima de uma árvore?


Abstinência

Depois de passar um fim de semana inteirinho sem encostar no papel, Vivi acorda e, antes mesmo do bom dia, diz, aflito:

- Eu tenho que desenhar.

Será que tem cura?

domingo, 16 de março de 2014

Pedacinho do céu

Sempre lamentei que os baixinhos tivessem que viver dentro de apartamento. Morei grande parte da vida em casa e sei como é bom ter um quintal lá fora. 

Aprendi a gostar de cozinha fazendo sopa de minhoca com formiga. Descobri que o gosto do besouro é tão ruim quanto o cheiro. Brinquei sem camisa até quase virar mocinha. Peguei chuva, caí de bicicleta, pulei corda e amarelinha. 

Se os baixinhos não tiveram a mesma sorte que eu, a vida reservou-lhes outra sorte. Uma linda sorte chamada Pousada das Andorinhas


Foto: Flávio Patrocínio

sexta-feira, 14 de março de 2014

Marrom bombom

Vivi aponta para o braço e comemora:

- Olha, mãe, eu sou um pouquinho peto!

Pedro imediatamente corta o barato do irmão: 

- Nada disso, Davi. É sujeira mesmo. 

Estraga prazeres. 


Ciúme de mãe

O baixinho-grande saiu da escola com um presente na mão. Veio envergonhado, já imaginando a sabatina pela qual passaria:

- O que é isso, filho?
- Não sei, ainda não abri. 
- Quem te deu?
- A Gabriela. 
- Ela é da sua sala?
- É. 
- Foi por causa do seu aniversário?
- Foi. 
- Ela é novata como você?
- Não. 
- Vocês conversam muito?
- Não.
- Ela costuma dar presentes para todo mundo que faz aniversário?
- Não. 
- E por que ela resolveu te dar esse, então?
- Não sei, mãe.  
- Tô achando isso meio esquisito.
- Por que?
- Você costuma dar presentes para qualquer pessoa?
- Não. 
- Nem eu. 
- E daí?
- E daí que ela escolheu você por algum motivo. 
- Sei lá, mãe. 


Eu sei. 
Gabriela, precisamos conversar. 



Nó na garganta

Passei o dia de ontem com um nó na garganta. Um choro contido, sei lá por quê. Só entendi quando vi aquele sorriso lindo diante da velinha acesa - a que ele próprio comprou. Uma lágrima escorreu, finalmente. Discretamente. 

Era orgulho. 
Só podia ser. 

Receita do tio pediatra

 

É fato. 
Ter filho é muito bom.
Mas ter irmão é melhor ainda.  
Hoje, especialmente, digo isso pelos meus. 


quinta-feira, 13 de março de 2014

Pedido

O que eu quero nesse dia especial?
Que o aniversariante, independente da idade, seja sempre esse menino feliz.

Feliz sete anos felizes, meu filho. 


Foto: Flávio Patrocínio

terça-feira, 11 de março de 2014

Agora que já é gente grande

Vovó puxa papo com o baixinho entretido com o lápis e papel:

- Vivi, você gosta muito de colorir, né?
- Gosto - responde, sem interromper os trabalhos. 
- Por que?
- Porque eu já tô no pimelo pelíodo, uai. 

Licença poética


- João, qual é a primeira letra do seu nome?
- Letra .
- G?
- de João, ué. 


Modelando

O baixinho-grande está perto de completar sete anos. Dizem que, nessa idade, a massinha começa a endurecer. E que, a partir de agora, aprende-se mais com os exemplos e menos com as palavras. 

Sabe de uma coisa, filhinho?
Gosto da forma que você está ganhando. 
E da forma que ganho enquanto modelo você. 


segunda-feira, 10 de março de 2014

Transbordando

- Mãe, eu queria ser uma baleia.
- Uma baleia, João?
- É, uma baleia menino. 
- Por que? 
- Para ficar gandão no mar. 

Ele não sabe, mas é a gotinha que fez o meu mundo transbordar de amor. 
  

sexta-feira, 7 de março de 2014

Xeque mate

O homem do saco frequentemente habita a imaginação dos pimpolhos. É culpa da mãe, que não abre mão do terrorismo para manter a tropa em ordem, sobretudo na rua. João, que anda intrigado com a soberania da rainha do lar, questionou: 

- Mãe, por que o homem do saco não pega as crianças que moram na rua?

quinta-feira, 6 de março de 2014

Chamando a atenção

Os baixinhos-pequenos tentavam desviar a atenção do baixinho-grande, que quebrava a cabeça com um para-casa de ciências. Tia Binha brigou com os dois e mandou que esperassem no quarto. Contrariados, eles atenderam. Por pouco tempo, é claro. Logo veio o João:

- Pedo, o Nadal tá jogando alá na velisão.

Quem resiste?


terça-feira, 4 de março de 2014

Metido


Tia Binha, Zé e eu conversávamos sobre algumas pedroquices do carnaval. Ele, que sapeava o bate-papo, não ficou nem um pouco constrangido em manifestar-se sobre o assunto:


- Eu sei, sou muito fofo mesmo.


segunda-feira, 3 de março de 2014

Indigestão

Saindo da piscina, depois de tomar um caldo caprichado, João constata:



- Mãe, eu comi as bolhinhas da água.
- Sério, filho?
- Ahã. E eu não gostei.


Vivendo e aprendendo.


domingo, 2 de março de 2014

Satisfações masculinas

Impressionado com a sua performance, Vivi sai gritando aos quatro ventos:

- Eu fazi cocô de adulto!!!

Homens, tsc, tsc..

sábado, 1 de março de 2014

Sempre à mão

Presos no engarrafamento de início do carnaval, os baixinhos foram obrigados a improvisar:


Destaque para a quentura
na parede da garrafa



















Nada como ter um penduricalho sempre à mão, não?