segunda-feira, 31 de maio de 2010

O mico do dia

Hoje levamos o pequeno para vacinar. Já imaginando o chororô, fiz uma boa lavagem cerebral pelo caminho:
- Filho, sabia que as vacinas são muito importantes? A gente fica forte, não adoece mais. E... sabe... dói só um pouquinho. É uma picadinha de formiguinha bem de levinho, blá, blá, blá...
- Não tem problema, mãe, eu sou muito forte, aguento muitas coisas.
Entramos no posto de saúde, cheios de confiança. O baixinho estava decidido: sentou no colo da mamãe, escolheu o braço que levaria a picadinha e esperou pacientemente. Para a minha grande surpresa, ele não soltou nem um "ai".
E adivinhem quem abriu o berreiro? Eu, a mãe mais boba do mundo. Sem graça pelo king kong que estava pagando, tentei me explicar pra enfermeira:
- Nossa, ele já é um rapazinho! Falei que doía só um pouquinho e ele entendeu...
E ela, tentando segurar o riso:
- Liga não, mãe, isso é amor... A gente fica assim nas primeiras vezes, depois se acostuma.
Fiz de conta que era mesmo iniciante no assunto e fui embora, enxugando as lágrimas. Na volta, tive que dar outras explicações:
- Mãe, por quê você chorou? Você não sabe que as vacinas são muito importantes?

Ai, que vergonha...


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tá se achando...

Antes de ir pra escola, ele foi até o quarto para se despedir dos irmãozinhos. Quis dar um beijinho em cada um. Não deixei porque, finalmente, estavam quase dormindo.

- Tá bom. Mas depois você manda um beijo meu pra eles, tá?

E, já no elevador, ele apontou o dedinho pra mim e disse:

- Não esquece, não, mãe. Senão eles vão ficar com muita saudade de mim.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pequeno Sócrates


Nós dois, presos no engarrafamento da volta da escola:

- Em quê você tá pensando, filho?

- Sabe, mãe, as coisas sempre mudam.

- É verdade.

- E as pessoas também mudam.

- Por quê você tá falando isso?

- Não sei. Quando a gente sabe, a gente sabe. Mas quando a gente não sabe, não sabe.


Só faltou ele dizer "só sei que nada sei"...


quarta-feira, 19 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Nada como a experiência

Vendo os irmãozinhos abrirem o berreiro, o pequeno colocou em prática toda a sua experiência de irmão mais velho. Começou pelo bico. Como não deu certo, partiu para o paninho no rosto. Sem se irritar com o choro persistente, deu o diagnóstico:
- É dor de barriga.
E foi embora.


domingo, 16 de maio de 2010

Rinha de galinhos

Deixei os dois baixinhos dormindo nariz com nariz. Sem querer, o João acordou o Davi com um direto de esquerda. O Pedro, que testemunhou tudo, perguntou:

- Mãe, quem você acha que vai ganhar?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O que é dormir?

Dizem que ser mãe é padecer no paraíso. Cadê o paraíso?
O azedume de hoje deve ser por causa das últimas 45 noites sem dormir.
De dia por conta, à noite também.
Ontem eu resolvi anotar as vezes que socorri alguém. Deitei às 23h20, aí começou: Davi - 23h39, 23h54. João - 00h20, 01h42, 01h53. Davi -02h08, 04h27. João - 04h40. Pedro: 05h45.
E ninguém dormiu mais.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Menino descolado

Ontem fomos ver o papai tocar. Assim que nos instalamos, ele mais que prontamente chamou a garçonete e fez o pedido:
- Moça, eu quero um suco de laranja, a vovó também, o vovô uma água tônica, a Nathália uma fanta uva e a mamãe um suco de limão. Os irmãozinhos não querem nada porque eles bebem leite. E uma cadeira grande. Por favor.

sábado, 8 de maio de 2010

Tempo é dinheiro

- Filho, olhe as horas pra mamãe.
Ele foi até o relógio da cozinha, parou uns segundinhos como se estivesse esperando a hora certa e disse:
- 30 centavos.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Menino esperto...

Já passava das onze da noite. Os dois baixinhos berrando e o pequeno pegando fogo.
- Pedro, já pedi mais de mil vezes pra você parar. Estou perdendo a paciência!
- Mas, mãe, é que eu não consigo ficar quieto...
E me olhou com aqueles olhos de cachorrinho sem dono.
E de vilão, passou à vítima.
Pobre de mim!


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quanta imaginação!

- Mãe, sabia que o meu irmãzinho estragou o sinal da rua?
- Como, filho?
- Ele bateu o carrinho dele no poste.
- Que irmãozinho?
- O Gabriel Rodrigo. Ele mora perto da minha casa de Betim.
- Quantos anos ele tem?
- Cinco.
- E como a mãe dele chama?
- Roberta.
?????