sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Comilões
Eles comem chuchu, abobrinha, tomate, pimentão, alface, couve, rúcula, berinjela, brócolis, couve-flor, moranga, nhame, repolho, cenoura, cebola, alho poró, rabanete, acelga, beterraba e o que mais você der, até a ponta do cabo da vassoura.
Estagiário
A escola iniciou os preparativos para a mostra de artes e não funcionou hoje à tarde. Sem ter onde e com quem ficar, o baixinho-grande acabou tendo que ir trabalhar comigo.
Decidi aproveitar o potencial da mão de obra e pedi que ele entregasse um documento no RH. Após ouvir atentamente as instruções, que incluía não correr e não falar alto, ele voltou com a carinha de dever cumprido e um papelzinho na mão:
Bom trabalho, filhinho!
Decidi aproveitar o potencial da mão de obra e pedi que ele entregasse um documento no RH. Após ouvir atentamente as instruções, que incluía não correr e não falar alto, ele voltou com a carinha de dever cumprido e um papelzinho na mão:
Bom trabalho, filhinho!
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
De olho
A última moda lá em casa é fingir machucar o olho. Os três adoram fazer isso, acho que me ver desesperada faz parte da brincadeira. Outro dia, João se desentendeu com o irmão-igual e simulou um grave incidente. Jogou-se no chão, gritou, esperneou e disse que não conseguia mais enxergar. Eu, que conheço o meu gado, rapidamente manjei qual era a dele e determinei:
- Filho, vai colocar o seu sapato. Vamos ao hospital.
- Hospital?
- Sim, vamos deixar o seu olho para consertar.
- O que???
- Isso mesmo, o médico tira o seu olho, resolve o que está estragado e depois coloca no lugar. Se não tiver conserto, você fica sem olho mesmo.
Como num passe de mágica, ele arregalou aqueles olhos azuis na minha cara e disse ter sarado.
O que ele e os irmãos não sabem é que eu não tiro os meus dois olhos deles.
- Filho, vai colocar o seu sapato. Vamos ao hospital.
- Hospital?
- Sim, vamos deixar o seu olho para consertar.
- O que???
- Isso mesmo, o médico tira o seu olho, resolve o que está estragado e depois coloca no lugar. Se não tiver conserto, você fica sem olho mesmo.
Como num passe de mágica, ele arregalou aqueles olhos azuis na minha cara e disse ter sarado.
O que ele e os irmãos não sabem é que eu não tiro os meus dois olhos deles.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Semelhantes
Desconfiado
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Boas vindas
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Teste rápido
O que você faria se a dermatologista dissesse que seu filho vai precisar de um creme hidratante que custa 150 reais c-a-d-a vidro, o qual deve ser generosamente usado duas vezes ao dia em todo o corpo, para tratar a pele extra-seca por toda a eternidade?
a) Começaria a rir na cara dela.
b) Contaria qual é o saldo da sua conta bancária a partir da segunda quinzena do mês.
c) Perguntaria como os filhos das mulheres que não têm condição financeira fazem.
d) Assumiria que perebas podem ser praticamente a segunda pele de meninos levados e felizes.
e) Todas as anteriores.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Sonâmbulo carente
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Amor de mãe
Só hoje, seis dias depois da primeira experiência dos baixinhos-pequenos na escola grande, é que me lembrei de uma cena que partiu o meu coração.
Antes de entrar na salinha nova, Davi, aflito, pediu que eu anotasse o meu telefone na sua mão. Era como se estivesse procurando uma maneira de me levar com ele naquela viagem desconhecida.
Anotei os números, dei um beijinho carinhoso e fechei a sua mãozinha. E assim, com a mãozinha fechada, ele permaneceu boa parte do tempo. Acho que ficou com medo de que tanto os números, quanto o beijo, escapulissem por entre os dedos.
O que ele não sabe é que eu estou no mesmo barco, sentadinha à distância, vendo-o navegar pelos seus mares. E que amor de mãe não se esvai, só transborda.
Sabe essa imensidão à sua frente, filhinho?
Não chega nem perto do amor que transborda em mim, por você.
Antes de entrar na salinha nova, Davi, aflito, pediu que eu anotasse o meu telefone na sua mão. Era como se estivesse procurando uma maneira de me levar com ele naquela viagem desconhecida.
Anotei os números, dei um beijinho carinhoso e fechei a sua mãozinha. E assim, com a mãozinha fechada, ele permaneceu boa parte do tempo. Acho que ficou com medo de que tanto os números, quanto o beijo, escapulissem por entre os dedos.
O que ele não sabe é que eu estou no mesmo barco, sentadinha à distância, vendo-o navegar pelos seus mares. E que amor de mãe não se esvai, só transborda.
Sabe essa imensidão à sua frente, filhinho?
Não chega nem perto do amor que transborda em mim, por você.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Confissão
A nova moda lá em casa é brigar para ver quem come as coisas por último para fazer vontade nos outros. Dia desses, peguei um baixinho-pequeno tentando acordar o irmão-igual com singelos pescotapas. Chamei a atenção:
- Meu filho, deixe seu irmão dormir. Você gostaria que fizessem isso com você?
- Ele não tá dormindo nada, mãe. Tá é fazendo hora pra tomar o leite dele depois da gente.
- Claro que não, filho. Ninguém teria coragem de fazer uma coisa dessa.
- Teria sim. Eu até já fiz.
- Meu filho, deixe seu irmão dormir. Você gostaria que fizessem isso com você?
- Ele não tá dormindo nada, mãe. Tá é fazendo hora pra tomar o leite dele depois da gente.
- Claro que não, filho. Ninguém teria coragem de fazer uma coisa dessa.
- Teria sim. Eu até já fiz.
Dúvida de mãe
Ontem foi dia de aula experimental dos baixinhos-pequenos na escola grande.
Teve de tudo.
Teve baixinho-pequeno dizendo que era muito pequeno para escola grande.
Teve outro baixinho-pequeno dizendo que queria ficar lá para sempre.
Teve baixinho-grande escapulindo da sala de aula para ver se os irmãozinhos estavam bem.
Teve a mamãe com o coração apertado sem saber se está tomando a decisão certa.
:/
Teve de tudo.
Teve baixinho-pequeno dizendo que era muito pequeno para escola grande.
Teve outro baixinho-pequeno dizendo que queria ficar lá para sempre.
Teve baixinho-grande escapulindo da sala de aula para ver se os irmãozinhos estavam bem.
Teve a mamãe com o coração apertado sem saber se está tomando a decisão certa.
:/
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Bullying
O baixinho-grande chegou contando que foi mandado para a diretoria com mais três alunos. Parece que ele estava perto de um grupinho que ria do nome de uma colega. Antes que eu caísse para trás com o desfecho da história, ele tratou de esclarecer:
- Mas tudo não passou de um mal entendido porque a própria vítima do bullying me inocentou e eu voltei para a sala.
Nesses termos.
Nossa Senhora das Mães Alfitas, multiplique minhas forças para os próximos capítulos.
Amém.
- Mas tudo não passou de um mal entendido porque a própria vítima do bullying me inocentou e eu voltei para a sala.
Nesses termos.
Nossa Senhora das Mães Alfitas, multiplique minhas forças para os próximos capítulos.
Amém.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Dor do crescimento
sábado, 8 de novembro de 2014
Prestativo
O baixinho-grande contou com a ajuda de um irmãozinho para colocar fim à peleja do quinto dente mole. O método utilizado - um chute - foi um pouco questionável, mas funcionou que foi uma beleza.
Afinal, irmão é para essas coisas, né?
Afinal, irmão é para essas coisas, né?
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Tirando onda
Leve alfinetada no baixinho-grande, projeto de rubro-negro atrevidinho:
com todo amor do mundo, filhinho,
com todo amor do mundo, filhinho,
aqui é Galo, tá?
Recado dado pelo menino Luan, autor do quarto e classificante gol do Atlético contra o Flamengo, na histórica semi-final da Copa do Brasil de 2014 |
Comilões
A tropinha chega da escola absolutamente faminta. Enquanto o trio fica de molho, preparo um lanche super reforçado. Eles sentam-se à mesa e comem como se fosse a última refeição do mundo. Nada parece ser suficiente para conter o apetite das ferinhas.
Dia desses, depois de devorar vários tipos de pães, sucos, biscoitos e frutas, Davi perguntou:
- Mãe, o que a gente vai comer agora?
- Nada, filho.
Insatisfeito, ele protestou:
Insatisfeito, ele protestou:
- Mas a gente só comeu SEIS coisas!
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Virando o jogo
Cantinho
Desde que os quatro mudamos para a casa nova, há quatro meses, recebemos a visita e revisita de alguns bons amigos. A gente improvisa banquinhos, come à francesa, se aperta aqui e acolá, e, desafiando as leis da física, faz a maior concentração de pessoas por metro quadrado.
A mistura é tão boa que o nosso cantinho passou a ser o local preferido dos encontros de gente grande e pequena. E acaba de ganhar um nome próprio, batizado por um dos assíduos frequentadores como LARcerda.
Fazemos gosto, pessoal!
A mistura é tão boa que o nosso cantinho passou a ser o local preferido dos encontros de gente grande e pequena. E acaba de ganhar um nome próprio, batizado por um dos assíduos frequentadores como LARcerda.
Fazemos gosto, pessoal!
Pequeno escritor
Veja que primor a prova de redação do baixinho-grande, no auge dos seus sete anos:
"Crianças não devem trabalhar
Muitas crianças trabalham hoje em dia mas isso não está certo. As crianças devem brincar, estudar, ser livres, e não ficar trabalhando noite e dia.
Essas crianças trabalham porque as famílias não tem dinheiro. Muitas crianças trabalham na rua para ganhar dinheiro e dar aos pais.
Um dia duas crianças estavam trabalhando quando uma falou para a outra:
- Nós temos que parar de trabalhar.
- É.
- Nós temos que estudar.
- É.
Então os meninos ganharam dinheiro, deram o dinheiro para os pais e então foram para a escola e fim."
Ele ainda mata a mãe jornalista de orgulho.
E fim.
"Crianças não devem trabalhar
Muitas crianças trabalham hoje em dia mas isso não está certo. As crianças devem brincar, estudar, ser livres, e não ficar trabalhando noite e dia.
Essas crianças trabalham porque as famílias não tem dinheiro. Muitas crianças trabalham na rua para ganhar dinheiro e dar aos pais.
Um dia duas crianças estavam trabalhando quando uma falou para a outra:
- Nós temos que parar de trabalhar.
- É.
- Nós temos que estudar.
- É.
Então os meninos ganharam dinheiro, deram o dinheiro para os pais e então foram para a escola e fim."
Ele ainda mata a mãe jornalista de orgulho.
E fim.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Cromossomo Y
A prova de que os homens são todos iguais, não importa a idade, veio do Vivi, que assistia televisão esparramado no sofá. Pedi licença para me assentar. Preguiçoso, ele chegou para o lado e logo tratou de deitar no meu colo. Não me contive:
- Você está se saindo um belo de um folgadão, Vivi.
Com um sorriso preguiçoso, ele confirmou minhas impressões com um pedido:
- Coça minhas costas, mãe?
- Você está se saindo um belo de um folgadão, Vivi.
Com um sorriso preguiçoso, ele confirmou minhas impressões com um pedido:
- Coça minhas costas, mãe?
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