sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Socorro, barata!

Fui tomar banho e encontrei uma barata bem grande e peluda na parede.
Tentei controlar o pânico esvaziando um tubo de inseticida nela.
Desbaratada, a dita cuja passou a me perseguir pelos cantos, num misto de agonia e vingança.
João e Davi, que presenciaram toda a cena, começaram a correr atrás de mim e imitar o meu sapateado. Provavelmente acharam que fugir daquele bicho horrendo era uma nova brincadeira.
Eis que no meio do pisoteio ouço um nojento e sonoro "crack".
Era João, que tinha resolvido o problema pra mim.
Descolei o pobrezinho daquela massa branca, me livrei do cadáver e agradeci por ter três homens em casa.

Pelo menos nessa hora posso ser mulherzinha...



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Segredo

Quer ter gêmeos?

Se a resposta é sim, passe imediatamente a não querer.

Quanto mais você não quiser, maiores são as chances de ter.

Foi assim comigo...

E acredite.



É muito melhor do que você pensa.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pra não perder a piada

Três deslocamentos em um mês. Parece que o braço do João já não sabe mais o seu lugar. 

E o dono dele ganhou um novo apelido: Senhor Cabeça de Batata, aquele que solta o braço.

Desculpe, filhinho. Mas, já que não adianta chorar, o jeito é rir...










quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sapateiro

Quer deixar o Davi louquinho da silva?
Peça a ele para pegar um sapato.
Pode ser qualquer um.
Ele sai feito furacão pela casa.
E se não encontrar nenhum chinelinho pelo caminho, ele tira o do próprio pé e te entrega, com carinha de dever cumprido.

Será pura presteza ou terei meu próprio sapateiro?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Confissão

Não que eu goste que eles se machuquem.
Mas, já que se machucam, prefiro que o dodói seja bem visível.
Tipo nariz esfolado, galo na testa, pernilongo na bochecha...
É o jeito mais rápido de saber quem é quem.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Conselho de amiga

Se você será mãe de três e pretende sair sozinha com a tropa, prepare-se. Você será abordada por 99,9% das pessoas que notarem a caravana. Para não enlouquecer tendo que dar as mesmas explicações o tempo todo, responda exatamente o que eles querem ouvir:

- Dormem a noite toda?
- Sim.
- São bonzinhos?
- Sim.
- Você tem babá?
- Sim.
- Muita gente te ajuda?
- Sim.
- Você sabe quem é quem?
- Sim.
- São amigos?
- Sim.
- O mais velho tem ciúmes?
- Sim.

E por aí vai.
Se você disser a verdade, eles não vão achar que você é uma ET.
Vão ter certeza.


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Tiro e queda

Tenho usado duas estratégias que funcionam como diretos de esquerda na hora do sono:
abajur de luz azul e o cd Baby Beethoven.
Isso sem falar na reza da mãe:

"Livre-os de todo mal e perigo,
dê a eles um dia feliz e contente
e faça-os dormir logo."

Não necessariamente nessa ordem.

sábado, 17 de setembro de 2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Solidariedade infantil

Davi resolveu chorar da escola até em casa.
Sem paciência, o baixinho chamou a atenção do irmão:

- Para com isso, Davi. Você está me irritando!
- É que ele deve estar sentindo alguma dor, filho.
- Ah, tá. Então não tô mais irritado.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Choro enganador

Ligaram da escola pedindo para levar Davi ao médico.
Muito choro, pouco apetite e mão no ouvido.
Qual não foi minha surpresa ao encontrar o convalescente com a carinha boa, bochechas rosadas e bem disposto.

- Tem certeza que esse é o menino doente? - perguntei à professora.
- É que ele começou a melhorar agora - respondeu, meio sem graça.

Contrariada, levei o baixinho ao tio pediatra.
Lá o diagnóstico foi o mesmo: manha, carência e coisas afins.

No dia seguinte estava todo mundo na escola de novo.
E Pedro, no auge da sua experiência, explicou à professora:

- Não se preocupe. Bebês choram mesmo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Prova de amor, parte II

Tem coisa que só a mãe suporta.
Tipo cocô mole de menino pequeno.
Mole mesmo, daqueles que escorrem perna abaixo.
Fui vítima de um hoje.
Tudo ia bem até eu descobrir, no meio do expediente, um rastro na minha blusa. E na minha bolsa. E no meu braço.

Corri no banheiro e tomei um banho de gato.
E torci para que ninguém mais tenha percebido o incidente.

Porque ninguém merece conviver com o cocô do filho dos outros...


Prova de amor

Enfrentar o chuveiro frio, às 00h24, só para baixar febre de menino...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Como matar a mãe jornalista de desgosto

Pensei que me restaria algum tempo de português correto antes de lidar com as gírias infames.
Ledo engano:

- Nuuuu, véi! Maneiro!
- Credo, filho, quem te ensinou a falar assim?
- Ops, foi mal aí, mãe.

E lá se foi o que era para ser um pedido de desculpas.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Dúvida cruel, parte II

A mãe de uma coleguinha dos meninos veio contar:

- Sabe como a Gabi chama os dois?
- Como?
- João e Outrojoão.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dúvida cruel

- Mamãe, eu adoro brincar com o Davi.
- Que bom, filho, fico feliz!
- Só tem um problema.
- Qual?
- Eu nunca sei quem é o Davi.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Só um pedido, por garantia

É comum eu passar apertos com os baixinhos.
Só que uns são mais apertados que outros.
Como o de outro dia, no posto de gasolina.
Precisei pagar a conta com cartão, cuja maquininha residia na loja de conveniência ao lado.

- Ô, moço, não posso ir lá dentro. Tô com o carro cheio de menino - disse, tentando sensibilizar o frentista.

Em vão.

Não me restou alternativa a não ser promover o baixinho a vigia da tropa e torcer para a operação ser o mais rápida possível. Parei o carro na porta da loja e adverti o pequeno:

- Filho, a mamãe precisa pagar a gasolina lá dentro. Fique de olho nos irmãozinhos que eu volto já. E vocês, irmãozinhos, obedeçam o Pedro, ele é o mais velho.

Tranquei o carro e entrei na loja com o coração na mão. A fila estava maior do que eu podia esperar. E o que era para ser rapidinho, demorou mais do que o baixinho conseguiu suportar. Ao vê-lo me procurando com os olhos, perto do desespero, pedi pra furar fila e dei logo um jeito naquilo. Incluí na conta o chips preferido do pequeno e o presenteei por bom comportamento.

Ele ficou feliz da vida com o prêmio inesperado.
E eu, refeita do frio na barriga, fiquei pensando.
Quantos apertos a vida ainda nos reserva?
E quantos deles eu conseguirei resolver com chips?

Só peço a Deus que nos livre de todo mal e perigo.
Que ninguém nunca roube o carro com menino dentro,
que ninguém nunca bata no carro com menino dentro
e que a mamãe nunca tenha um piripaque com menino por perto.
O resto a gente dá jeito.
Amém.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dor de cotovelo

Pronação dolorosa.
É isso que faz o cotovelo do João sair do lugar.
Foram dois episódios em 10 dias.
E, ao que tudo indica, serão muitos mais até os quatro anos.
Tamanha reinscidência, pedi que o ortopedista me ensinasse a voltar o danado pro lugar.
Em vão, é claro.
Nossa sorte é que a tia Binha estudou o caso na aula de ortopedia e disse que, da próxima vez, ela mesma resolve o problema.

Então é isso.
Posso dizer que eu e minha tropa estamos razoavelmente protegidos.
Um irmão pediatra e uma irmã metida a ortopedista.

Só me falta um cirurgião perdiátrico...



Até tu, filho?

O pequeno não escondeu o espanto ao ver um anão na rua. Já prevendo os questionamentos, antecipei as respostas:

- Ele é um anão, filho. É um adulto que não cresceu.
- Como isso aconteceu? - perguntou ele, preocupado.
- Não sei, ele já nasceu assim.

E veio a pior pergunta de todas:

- Você não vai ficar assim não, né, mãe?

De duas uma.
Ou ele acha que eu ainda vou crescer mais,
ou ele acha que eu preciso crescer mais.