sexta-feira, 30 de abril de 2010

A volta dos dinossauros

Outro dia perdi a paciência e lhe dei boas palmadas no bumbum. Eu, crente que a lição tinha sido bem dada, acabei ouvindo: "Ai, minha cauda"! Tive que virar de costas pra não rir na frente dele. Seria o fim da pouca autoridade que me resta...

terça-feira, 27 de abril de 2010

O cúmulo do absurdo

Me diga uma coisa. Se há de haver dúvida, só pode ser sobre a paternidade, não é mesmo? Pois o que eu mais tenho escutado quando saio com os baixinhos é: "quem é a mãe?". Dá pra acreditar? A gente carrega nove meses, se estica à bessa, ganha um monte de estrias, tira duas melancias de onde só passa um limão e ainda tem que ouvir um trem desses! É demais pra mim...



sábado, 24 de abril de 2010

Ops...

Parei de tentar descobrir quem é quem.
Sempre que possível, atendo os dois na sequência.
Primeiro um, depois o outro.
Assim, não esqueço ninguém.
Se bem que às vezes acontece.
Outro dia cortei a unha de um duas vezes.
O outro apareceu com o rostinho todo arranhado.
E o um praticamente sem unha.
Quem manda ter só uma pinta de diferença?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pagando promessa


Estou sem comer chocolate há 20 dias. É para evitar cólica nos pimpolhos. Nada de ovos de páscoa, bombons, biscoitos e afins. E Toddy. Pedro justifica:
- Senão os irmãozinhos vão mamar leitinho com toddy do mamá da mamãe e vão ter muita dor de barriga. E vão chorar muito. E ninguém vai dormir direito.
Para não carregar a eterna culpa de ter estimulado a insônia alheia, abro mão do sagrado direito aos desejos pós-parto. Vou seguindo firme no meu propósito. Só um pouco mais amarga, porque ninguém é de ferro.

quinta-feira, 22 de abril de 2010



Meus filhos,
como era a vida antes de vocês?
De onde vem tanto amor?
Tava tudo aqui dentro?
Acho que vou explodir!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Nome aos bois

Pedro está descobrindo as vantagens de ser irmão mais velho.
Começou pelos apelidos: Davi Xixi e João Cocô.
Nem ele próprio escapou. Agora é Pedro Pum.
O primo Samuel é Samuel Meleca. O amiguinho Guigui é Guigui Chulé.
- E a Esther, filho?
- Esther Princesa.
Ai, ai...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Na ponta da língua

Nervoso com o brinquedo que teimava em não funcionar, o baixinho soltou:
- Mas que saco!!!
- Pedro, não pode falar assim. É muito feio.
- Não, mãe, é um saquinho pequenininho, cheio de formiguinhas que irritam a gente um pouquinho...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

Papai do Céu

Cuide dos meus pequenos
dê a eles pulmões fortes e voz potente para sempre reagirem àquilo que lhes incomoda
dê a eles serenidade e discernimento para não se perderem nos medos do mundo (nem nos da mamãe)
guarde para eles muitas alegrias e as distribua um pouco a cada dia
dê também algumas tristezas para que as alegrias fiquem mais alegres
se não for pedir demais, Papai do Céu,
cuide também da mamãe, que no fundo é tão criança quanto eles

sábado, 17 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Central Pedro de Distribuição LTDA

- Mamãe, eu posso dar um irmãozinho pro Jorge?
- Quê isso, filho? De jeito nenhum!
- Mas, mãe, o Jorge não tem nenhum irmãozinho. E a gente tem que dividir as coisas, ?

Ops...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobrevivendo ao choro multiplicado


Se você é mãe de três e os três resolverem abrir o berreiro juntos, não se desespere.
Comece pelo mais velho, provavelmente você terá mais sucesso na negociação. Diga aos menores que agora é a vez dele, que todos têm sua hora e precisam aprender a esperar. Fale com voz firme, como se os pequenos entendessem tudo. Certamente o mais velho se sentirá valorizado e perceberá que não precisa chamar tanta atenção. Controlada a primeira situação, siga para os outros nervosinhos. Como boa mãe de gêmeos, você já desenvolveu suas habilidades de polvo. Pegue os dois no colo, converse um pouco, cante uma música. Se o choro persistir, dê o peito. Nada? Ok, pode começar a sacudir. Nada ainda? Apele para a Nossa Senhora do Bom Parto. Afinal, foi ela que passou a mão na sua cabeça e te fez esquecer os apertos do primeiro. Se nada disso der certo, respire fundo e espere passar. Pode parecer que não, mas uma hora vão cansar e parar. E fique tranquila, tudo tem um lado bom. Estando exaustos, eles dormirão muito melhor. E você também, é claro.

sábado, 10 de abril de 2010

É isso mesmo

- Mamãe, o que você está fazendo?
- Tirando leitinho, respondi, meio sem paciência.
- Por quê?
- Porque está entupido e os irmãozinhos não conseguem mamar direito.
- O que é entupido?
- É quando você quer tirar uma coisa e não consegue, respondi, totalmente sem paciência.
- Ah, entendi. O meu carrinho está entupido debaixo do sofá.

Ok, ele entendeu.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tadinho...


Essa noite os três resolveram acordar ao mesmo tempo. Os dois baixinhos com gazes e o pequeno com ciúme mesmo. Ao ver o choro dos menores, ele desabou também:
- Mamãe, meus irmãozinhos não me deixam descansar e minha cabecinha está doendo.
Tá bom, filho, eu converso com eles e explico que criança grande também precisa dormir...


domingo, 4 de abril de 2010

O primeiro banho de sol a gente nunca esquece...

O pediatra do hospital foi categórico ao dar alta: "dê muito banho de sol, eles ainda estão bem amarelinhos". Segui as orientações à risca. No primeiro dia em casa, deixei os dois só de fraldinha e abusei do sol das 7 da manhã. Quanto mais, melhor, pensei comigo. 20 minutos depois, notei que estavam bem vermelhinhos. E quentes. Muito quentes. Na verdade, pareciam dois galetinhos assados. Depois de vestí-los, fiquei monitorando a temperatura, morrendo de medo de ter cozinhado os bichinhos. Dias depois uma enfermeira me esclareceu: são só cinco minutinhos de frente e cinco de costas. Ah, bom. E ninguém podia ter dito isso antes, ? Deve ser porque o capítulo "banho de sol" é o primeiro do manual de instruções que a gente recebe quando sai da maternidade...
Bem-vindos, meus filhos. A vida é assim mesmo. A gente só aprende as coisas depois de muito suar...

sábado, 3 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Eles chegaram...

Quarta-feira, 31 de março de 2010, 01h45. Eis que começam as contrações. Começam já com atrevidos quatro minutos de intervalo. Tá chegando a hora, pensei comigo. Deixei para acordar o papai um pouco mais tarde, sabia que ainda teríamos que esperar um bocado. Só não contava que dois têm mais pressa do que um. Duas horas depois, o negócio ficou feio de uma vez. Dor, muita dor. 

Chegamos ao hospital já com 8 centímetros de dilatação (para os menos entendidos, a criança nasce com 10). Internação, avaliação do obstetra de plantão e, finalmente, anestesia. Já sem sentir 80% da dor, fomos para a sala de parto. Muita gente junta, parecia um evento. "Parto normal de gêmeos a gente não vê todo dia", disse uma das enfermeiras. E gente, dói mesmo. De verdade. 


Até que, às 8h23, veio primeiro chorinho... João, o mais apressadinho, botou a boca no mundo. 2,060 kg, 45 cm. Cinco minutos depois, veio o Davi, também valente como o irmão. Com 2,185 kg e os mesmos 45 cm. E mais, os dois são impressionantemente parecidos. 


Apesar de miudinhos, vieram ao mundo com peso suficiente para ir para a casa com a mamãe. Nada de CTI, incubadora e cuidados especiais. Tudo correu muito melhor do que eu imaginava. Me senti a própria vovó Lilita, parideira de primeira. Pronto. O primeiro desafio está superado. Agora vem o resto. Nada de drama, desespero ou terrorismo. 

Apenas um dia após o outro.