sábado, 6 de maio de 2017

Metalinguagem

E nós, que fomos parar na Feira do Livro da escola? 
Esses Meus Pimpolhos só me trazem alegrias. 



sexta-feira, 5 de maio de 2017

Filosofando

O baixinho-grande estava almoçando com aquela boca que faz a fome da gente até aumentar. Entre uma garfada e hoje, ele filosofou:

- Bobagem isso de achar comida ruim. Não existe comida ruim.
- Como assim, Pedro?
- Existe comida que determinadas pessoas não gostam. Mas nem por isso ela é ruim.
- Faz sentido, filho.
- E se você não gosta, tem sempre uma chance de passar a gostar. Porque a gente muda de opinião tantas vezes, por que não mudar com comida também?

Alguém me empresta um pouco de maturidade para lidar com esse menino, por favor?

terça-feira, 25 de abril de 2017

O super sincero

João andou fazendo terapia devido a uma agressividade mal canalizada. Expliquei que aquelas sessões eram para ajudá-lo a trabalhar melhor com o sentimento de raiva. Ele, resignado, entregou-se ao tratamento e conquistou avanços que lhe garantiram a alta em alguns meses.

Ontem, para a minha surpresa, ele veio pedir:

- Mãe, eu quero voltar pro psicólogo.
- Por que, meu filho?
- Tem umas horas que eu tenho muita vontade de bater nas pessoas.


Quem nunca?


sexta-feira, 21 de abril de 2017

Telefone sem fio

Na estrada, apontei para o horizonte e puxei papo com a turma entendiada:

- Olha lá, gente, um foco de queimada!

Todos imediatamente grudaram na janela. Não demorou nem um segundo para o baixinho-grande me desconstruir, debochado:

- Mãe, não é queimada, é uma lâmpada.

Davi, que sempre se desequilibra quando pega o bonde andando, interrompeu as confabulações:

- Não estou entendendo nada, gente. Uma lâmpada queimada?


sexta-feira, 7 de abril de 2017

Dramático



Davi veio mostrar um corte no dedo feito pelas folhas fininhas do livro de ciências.

- Mãe, esse livro é muito do mal! Ele corta a gente e faz o espírito do dedo sair.


quarta-feira, 5 de abril de 2017

Ato falho

Tenho tentado ajudar o João a melhorar a letra, que está de doer. Pego na mãozinha dele e vou,
lentamente, refazendo os traçados da maneira correta e obedecendo os limites estabelecidos pela pauta, que ele insiste em ignorar.

Outro dia, percebendo que o pouco caso com a caligrafia continuava dando o ar da graça, dei uma dura daquelas e pedi que ele se esforçasse mais. A resposta veio em forma de ato falho:

- Mãe, eu estou se forçando, você não está vendo?


segunda-feira, 3 de abril de 2017

Socorro

Chegou a primeira leva de prova corrigida da duplinha e eu só tenho uma coisa a pedir: reze por mim.


sexta-feira, 31 de março de 2017

Duplinha




Há sete anos eles resignificam diariamente a palavra maternidade.


Obrigada, meus pequenos!

quarta-feira, 29 de março de 2017

quarta-feira, 15 de março de 2017

Desavisado

No carro, na volta da palestra entediante, puxei papo com a galera desanimada:

- Meninos, gostaria de agradecer a paciência de vocês. Sei que o que fizemos hoje não é programa de criança. Considerem esse ato como a dose de sacrifício de vocês por mim, hoje.

Vivi, muito desavisado, soltou a pérola:

- E você, qual é a sua dose de sacrifício por nós?

Ouviu o sermão mais longo da história da humanidade.


terça-feira, 14 de março de 2017

Entediado

Fui a uma palestra e os meninos precisaram ir comigo. Só assunto de gente grande, chato para quem tem menos de 34 anos. Pedi paciência e banquei a tromba coletiva do início ao fim.

Davi foi o que mais sentiu. Ao final, praticamente um moribundo, queixou-se:

- Mãe, acho que estou ficando muito doente.
- O que você tem, filho?
- Tédio.


sábado, 11 de março de 2017

10 anos



Nada de Batman, Homem Aranha, Liga da Justiça ou Homem de Ferro. O que o aniversariante lá da ponta da mesa agora quer é uma noite do pijama com os amigos.


Bem-vindos, 10 anos!


sexta-feira, 10 de março de 2017

Ladainha

Vivi caprichou na bagunça e ficou de castigo: um fim de semana sem vídeo-game. Arrependido, pediu mais uma chance. Em vão, é claro.
Resignado, perguntou se poderia pelo menos cantar uma música.
Em tom de velório, suspirou e começou a ladainha:

- As flores já não crescem mais...



quinta-feira, 9 de março de 2017

Diário da Mãe da Alice

Alice é uma florzinha pra lá de especial. Prematura extrema, enxerga o mundo com olhos que sequer podemos imaginar. Sua mãe, Mariana Rosa, assim como eu, encontrou forças na escrita para lidar com esse turbilhão chamado maternidade. No caso dela, a maternidade atípica.

Certo dia, apresentei alguns vídeos da Alice para os pequenos daqui. Eles foram tocados pela luz que emana daquela família linda e, desde então, passaram a comemorar cada conquista dessa pequena grande criança como se fosse deles próprios.

Ontem, tivemos a oportunidade de conhecer a mãe da Alice em uma roda de conversa proporcionada pela escola sobre o Dia da Mulher. Mariana, solidária que só ela, compartilhou um pouco da sua experiência e nos ensinou que o contrário da doença não é a saúde, é o amor.

A vida de superação virou livro, o Diário da Mãe da Alice, que caiu em minhas mãos como um bálsamo da maternidade real. Indico para todas as mães, que, em meio às dificuldades, às vezes só precisam de um sopro de esperança para seguir adiante.

Sim, vale a pena.
Persistamos.


segunda-feira, 6 de março de 2017

Relativizando



João tentando relativizar uma discussão com o irmão-igual:

- As coisas não são assim, Davi. Não cecessariamente.

Diferenças

Um é dedicado, o outro é preguiçoso.
Um já levou duas anotações da agenda em menos de um mês, o outro já foi elogiado pela professora.
Um desenha a letra, o outro rabisca.
Um é água, o outro é vinho.
Que eu consiga me equilibrar entre os dois. Amém.




sexta-feira, 3 de março de 2017

Meu herói

Depois de eu dar um esculacho na duplinha por causa de uma bagunça, o baixinho-grande flagrou um suspiro exausto da minha parte. Percebi que ele me olhava calado, refletindo nos meus aperreios de cada dia.

E antes que um irmão pudesse me interpelar de novo por uma bobagem qualquer, ele se colocou entre nós, cresceu o peito e barrou o desavisado:

- Seja lá o que você vier falar, resolva comigo. Deixe a mamãe em paz.

Ai, ai...
Suspirei de novo, agora de amor...


quarta-feira, 1 de março de 2017

10 anos

Março é mês de aniversário triplo aqui em casa. O tempo vai passando e lá se vão dez anos de maternidade, esse furacão que virou minha vida do avesso. Muito aprendizado, muito choro, muita amizade. Sobretudo, muito amor.

Hoje, acordei saudosa, com medo de piscar e me deparar com a comemoração de 20 anos. Medo ou desejo, nem sei dizer. O certo é que tudo fica mais leve com tantas pessoas especiais que Deus coloca no nosso caminho. A vocês, queridxs amigxs, o meu muito obrigada!



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Folia improvisada

Hoje é carnaval na escola.
Desafiei os baixinhos a prepararem as fantasias com tudo o que já tínhamos em casa.
Eles sempre me surpreendem.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O mundo é das mulheres

Davi é muito querido pelos colegas. Uma delas, Ana Godoy, tem o orgulho de dizer para todo mundo que ele é seu melhor amigo. Hoje, sua mãe me ligou para conversar:

- Oi, Katharina. É a Jana.
- Oi, Jana. Tudo bem?
- Tudo. Estou te ligando a pedido da Aninha.
- O que foi?
- Ela disse que está muito triste porque o Davi tem andado distante. Disse que agora ele só quer saber da Maria Flor.

Rimos juntas. Ela continuou:

- Ela disse que não tem problema ele conversar com a Maria Flor. Só não queria que ele deixasse de conversar com ela também.
- Claro, isso não pode acontecer.
- E me pediu para te ligar. Recomendou que eu dissesse exatamente essas palavras para você: "fala pro Davi que ele é especial para mim, que fico triste quando não me dá atenção".
- Que menina resolvida, Jana! Pode deixar que vou conversar com ele.

Chamei o protagonista e perguntei o que estava acontecendo. Ele se explicou:

- Parei de conversar com a Ana, mãe, porque todo mundo fala que a gente é namorado.
- Mas criança não namora, filho. Você vai cair nessa bobagem?
- Eu sei, mas eu não gosto que fiquem falando isso da gente.

No dia seguinte, a Aninha, agora minha ídola, surpreendeu o Davi com um bilhete.
Reparem na beleza do poema desse encanto de menina, nos seus parcos sete anos:

"Meu amigo leal, ter você por perto é muito legal.
Você é importante pra mim porque brinca comigo.
Você é mesmo um grande amigo.
Eu conto segredos para você
E você para mim.
Gosto muito de você, um tanto assim."












Aninha Godoy, minha querida, mal posso esperar para votar em você para presidenta.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Assédio é ruim e ninguém gosta

Os irmãos-iguais são de parar o trânsito da escola. Não só porque são maravilindos, o que é uma verdade. Mas porque são tão bonitinhos juntos - eles não se desgrudam - que enchem o coração de qualquer um: pais, professores, funcionários e alunos. Outro dia, Vivi veio desabafar:

- Mãe, têm umas adolescentes que não largam do meu pé.
- Ué, Vivi, o que elas fazem?
- Ficam correndo atrás de mim na escola, batendo no vidro da minha sala e mandando beijinho. Gritam meu nome e do João quando estamos no pátio.
- Hummm...
- Teve uma que até me pediu em casamento na educação física.

Segurei para não rir, porque o assunto parecia sério demais para baixinho.

- E você não gosta disso?
- Claro que não, né, mãe? Eu sou uma criança! - golpeou-me com suas luvas pequeninas.
- Você já tentou conversar com elas sobre isso? Dizer que fica incomodado?

Ele balançou a cabeça negativamente, envergonhado. E continuou o desabafo:

- Sabe, mãe? Eu bem que queria ser feio. Não queria ter olho verde. Queria ter um monte de verruga na cara. Três, na ponta do nariz. Queria ser bem esquisito, só pra ninguém ficar falando que eu sou bonito.

E fiquei refletindo na amargura daquele pequeno. Está experimentando aquilo que nós, mulheres, vivemos na pele todos os dias ao andar pela rua. Recebemos galanteios de estranhos e o máximo que podemos fazer para nos defender é fechar a cara e seguir em frente. Solidarizei-me com o baixinho:

- Sei o que você está sentindo, filho. E não é nada bom. A gente tem que encontrar maneiras de se defender. Muitas vezes, as pessoas não fazem por mal. Outras, sim. Pedir ajuda é um bom caminho.

Ofereci um abraço apertado. E pensei comigo: menos um homem para andar por aí invadindo o espaço dxs outrxs. Que assim seja.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Vistante noturna

Essa belezura floresce só por uma noite e acabou de dar o ar da graça no nosso jardim. Ela é tão maravilinda que estou pensando em passar a noite do lado de fora, com ela.

Florzinha bonita que eu não sei o nome, não te conheço, mas já te amo!



terça-feira, 24 de janeiro de 2017

terça-feira, 3 de janeiro de 2017