segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Desespero

João, que curte rock da pesada, adorou a sinfonia


Arthur, sobrinho número sete, passou uma tarde conosco sem a mamãe por perto. O choro foi tanto que Davi, desesperado, chorou do outro lado:


- Mãe, liga pra tia Binha! Ele está morrendo, eu sei.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Adeus, mundo cruel

João andou doentinho esses dias. Nessas ocasiões, ele se transforma no fracasso em pessoa: pura prostração e choro. Tentando consolá-lo, expliquei o motivo da febre e do corpo ruim:

- Filho, quando a gente adoece, começa uma guerra no nosso corpo. Os anticorpos, são soldados do bem. Temos um exército deles dentro de nós. Eles começam a combater os bichinhos do mal, que provocam a doença. No meio dessa batalha, a gente fica meio pra baixo mesmo, com o corpo ruim, sem vontade de fazer nada. Mas depois que a guerra acaba, a gente volta ao normal, mais forte ainda.

Ele, muito dramático, estava inconsolável:

- Não adianta, mãe. Eu sei que o mal vai vencer e eu vou morrer.

E abriu a boca a chorar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Sem vergonha

No último dia de aula, Davi comemorou, animado:

- Mãe, a professora não precisou chamar a minha atenção nenhuma vez nesse ano de novembro.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O começo


Iluminado

Sim, ele já sabe a verdade sobre o papai noel.
Sim, ele faz questão de sustentar a fantasia dos irmãos.
Sim, veio dele a iniciativa de fazer as cartinhas e colocar na árvore enfeitada.
Sim, o pedido dele foi o mais modesto de todos os seus nove natais: "eu gostaria de uma bolinha de futebol, por favor. E se você puder e conseguir, pode trazer também 50 reais? Obrigado. Pedro Lacerda."

Não, eu não sei lidar com esse menino de luz.



sexta-feira, 18 de novembro de 2016

sábado, 12 de novembro de 2016

Um brinde ao futuro

O melhor amigo do baixinho-grande lançou um livro que fala sobre a superação do medo. Aos dez anos.

Agora eu pergunto: esse mundo tem ou não tem jeito?




quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Drama



Vou fazer uma viagem rápida a trabalho. São só três dias, mas João, dramático que só ele, despediu-se de mim como se fosse a última vez que me visse:


- Mãe, você foi a melhor mãe que eu tive.


terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pedacinho que faltava

Nosso pacotinho de amor, sobrinho número 7, chegou nos ensinando que a pressa não leva a lugar nenhum. Que ninguém controla o relógio, tampouco a intuição de uma mãe. Que não existe regra, que não precisa por quê, que a vida simplesmente renasce todos os dias, esplêndida.

Ele chegou para confirmar que filho de irmã é pedacinho da gente também, por quem vale a pena esperar cada segundo da sua boa hora. Ele completa aquilo que a gente nem sabia que faltava.

Ele é assim, simplesmente ele.
E a titia ama até o último dedinho do pé do pequeno Arthur.


domingo, 16 de outubro de 2016

Diferenças

Os dois tomavam banho juntos. Ao final, cada um recebeu uma muda de roupa para vestir. Incomodado com as peças que lhe foram dadas, Davi protestou:

- Não quero essa. Não gosto de blusa com o sovaquinho de fora.

João prontamente se apresentou:

- Então me dá. Adoro blusa com o sovaquinho de fora.

Trocaram as roupas e desfilaram felizes, cada qual com o seu sovaquinho.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Amor de mãe

Impressionante como a maternidade desperta na gente o esplendor do amor.
Bem-vinda, minha irmã!


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Consolo de vô

Vovô Kleber, que fazia parte da equipe da olimpíada à distância, também ficou arrasado com o ocorrido. Como todos nós, teve que engolir o choro e dar a volta por cima. Mas não antes de consolar o nosso pequenininho.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Desilusão

Após duas semanas de preparativos, reunimo-nos todos para a semifinal da olimpíada nacional de matemática. Como já tínhamos lido o regulamento mil vezes, decidimos simplesmente esperar o badalar das oito horas, horário previsto para a liberação das perguntas pela internet. Passaria para a próxima fase quem acertasse todas as três questões, em menos tempo.

Oito horas, pimba! Todo mundo a postos! Qual não foi a nossa surpresa ao entrar no site e descobrir que a participação estava encerrada? A semifinal não era às oito, mas às sete. Ficamos ali, com cara de tacho, sem acreditar como aquela desatenção tirou a chance de o baixinho seguir adiante na competição.

As lágrimas dele pingavam no chão. Arrasada, perguntei o que eu poderia fazer para que ele se sentisse melhor.

Enchemos a cara de pipoca.


Anfitrião

A escola montou um time de futebol feminino, que está enchendo a gente de orgulho.

Foto oficial depois do primeiro amistoso, contra o meu querido Colégio Arnaldo



















Mas o que fez os meus olhos brilharem mesmo foi o fotógrafo.

O anfitrião Lacerdinha, que não perde nenhum jogo, fazendo as honras da casa

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Vence quem se vence

A olimpíada é de matemática, mas o aprendizado é para a vida toda.
Obrigada por estar sempre por perto, mãe.







Finalista

O baixinho-grande foi o único da escola a se classificar para a semifinal da olimpíada nacional de matemática e eu estou quase tendo um treco. Me acode, gente.



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Nocaute

Pedro tinha jogo depois da aula e se esqueceu de que precisava estar com meião branco. Ele olhou para os irmãos e viu que o Davi, dono do chulé mais poderoso da face da Terra, estava usando uma desde cedo, que tinha sido branca um dia. Necessitado, ele ignorou todo o chorume e rapidamente trocou de meia com o seu cúmplice.

Venceu o jogo.
Por nocaute, imagino.


Boom

Quem explode primeiro?


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Revirador

Davi e a sua resenha pós-futebol:

- Mãe, a gente estava perdendo de dois a zero. Aí eu fiz dois gols e revirei o jogo!


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Réu confesso



- Mãe, eu tenho tido uns pensamentos muito ruins sobre umas coisas que andei fazendo.
- Isso se chama consciência pesada, João.

O menino arrependido abaixou a cabecinha e confessou:

- Eu tenho essa consciência todo dia.


Dramático

João voltou da escola bem cabisbaixo. Perguntei o motivo e ele começou o desabafo:

- Esqueci aquele para casa que era uma pesquisa, lembra?
- Nossa, é mesmo! Estava na sua agenda, na semana passada. E aí?
- A professora brigou comigo, uai.
- Quer que eu escreva um bilhete explicando que eu também esqueci?
- Ela falou que nem adianta, porque quem tinha que lembrar era eu (ui!).
- Ela está certa. Uma pena, filho. Vamos ficar mais atentos da próxima vez, né?

Ele, dramático, sentenciou:

- Nem vai ter próxima vez. Eu vou tomar bomba por causa disso, eu sei.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Primeiro amor

Dizem que o primeiro amor de um menino é a professora.
Parece que aconteceu com o João. S2

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Corujando

- Mãe, estou fazendo uma redação. Posso ler para você?
- Claro, Pedro.
- É assim, ó:

Manguezal

O manguezal é uma vegetação litorânea. Ela ocorre em áreas próximas à foz de rios que desaguam no mar. O manguezal é formado de plantas com raízes expostas, adaptadas ao solo alagado e salino.

- Mãe?
- Sim, filho.
- Você está ouvindo?
- Estou babando, mas estou ouvindo.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Ser diferente é normal

Vejo os baixinhos assistindo as paralimpíadas e pergunto:

- O que vocês estão vendo aí?
- Basquete de cadeira de rodas - responde o Pedro
- E como é?
- Normal, ué.

Excelente resposta, filhinho.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Esse mundo tem jeito

Só para dizer que a escola dos baixinhos parou todas as atividades regulares da semana para debater como melhorar o mundo. As propostas dos alunos serão encaminhadas à ONU (!) e eu não estou me contentando em ser somente da comunidade escolar, quero ser aluna mesmo.

Como faz?


Santo de casa faz milagre

Veja quem a Compoá convenceu a sair da toca!













O mundo agradece, tio-pediatra!


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Chame o gerente

João se apressou em colocar o dente debaixo do travesseiro e, no dia seguinte, acordou mais cedo para conferir a fortuna que a fada do dente teria lhe reservado. Ficou surpreso por não encontrar nem o dente, nem o dinheiro. Bravo, reclamou:

- Mãe, acredita que a fada do dente levou o meu dente e não me trouxe nenhum dinheiro?
- Ué, João, está estranho isso. 
- Não tem nada mesmo, vamos lá ver debaixo do travesseiro. 

Reviramos os lençóis e encontramos o dito cujo caído atrás da cama. Ele, aliviado, agradeceu.

- Ainda bem, né, mãe? Estava aqui pensando com quem eu ia reclamar.  


domingo, 11 de setembro de 2016

João levado

Não basta cair no chão e arrancar o primeiro dente mole, tem que cortar a boca, a língua, a gengiva e bambear dois dentes de cima também.

















Prepare-se, fada do dente.
Você vai ter trabalho.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Otimista



Davi, para quem o copo está sempre meio cheio, comemorou na terça o feriado do dia seguinte:

- Sabia, mãe, que hoje é o último dia de aula?


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Persistamos



- Mãe, sabe por que eu demorei tanto no banho?
- Por que, Davi?
- Porque eu estava muito ocupado salvando uma formiga.

Que você nunca perca a certeza de poder transformar o mundo, meu filho. Você pode!



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Tudo eu


João e Davi brigando pelo estrago no bolo:

- João, você partiu esse bolo igual ao seu nariz.
- Meu nariz, não. Igual ao nariz da mamãe, lindo!

Sempre sobra para mim.


Zona do agrião

Pedro, muito sabichão, revelou para os irmãos detalhes da vida intrauterina:

- Sabia, gente, que todo bebê toma o seu próprio xixi na barriga da mãe?
- Ecaaaaaa - repudiou o Davi.
- Pois é. Como não tem banheiro, o jeito é fazer por lá mesmo.
- Mas, se bebê não bebe água, como faz xixi? - questionou o João.

Desconsertado com a astúcia do irmão, Pedro pôs fim à conversa:

- Quando vocês começarem a estudar ciências, vão entender melhor esse assunto.


Resignado à condição de irmão mais novo, só restou ao João lamentar:

- Coitado dos agriões...


Sim, ele quis dizer embriões e eu não consegui corrigir tamanha fofura empática.


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Perdendo o controle



Teve final da Copa Minas Escolar de futsal e o time da escola sub-15 foi campeão.
E eu subi no alambrado.

Alguém me interdita quando tiver filho meu jogando, por favor.


Balanceando



Ainda na onda de dar nota para a comida, João almoçou e pediu para repetir:

- Gostaria de um pouco mais de fibra, ferro e vitamina, por favor.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Baixinho-grande

Ontem foi dia de reunião com a professora do Pedro. Ela, para variar, foi só elogios ao baixinho.

Mas, uma coisa me chamou a atenção. A professora disse que ele é uma criança autorregulada, caso raro de se encontrar. Criança assim é protagonista do próprio processo de aprendizagem, que se automotiva e se autodisciplina, demandando pouquíssimas intervenções.

Em outras palavras, veio pronto.

Quanta responsabilidade ser mãe desse ser de luz!


domingo, 21 de agosto de 2016

Lelé da cuquinha

Uma coisa a dizer sobre o João após a sua última peraltice: ele é maravilhosamente honesto. O pequenininho podia ter mentido. Podia ter jogado a culpa em algum irmão. Podia ter tentado subornar quem quisesse me contar a verdade. Podia simplesmente ter ficado calado. Mas, não. Ele assumiu a traquinagem e todas as consequências dela, sem pestanejar.

Filhinho, mamãe fica brava, mas morre de orgulho de você, seu lelé da cuquinha encantador!

Cabeça de vento

Chegando em casa, João já me esperava na porta, com cara de arrependido:

- Mãe, eu tenho que te contar uma coisa.
- O que foi, João?
- Você vai brigar comigo?
- Depende.
- Eu não vou fazer isso mais, prometo.
- Estou ficando preocupada, meu filho.

O mistério indicava a gravidade da peraltice. Encarei-o firme e pedi que se explicasse.

- É que eu joguei uma pedra na casa do vizinho.
- Meu Deus do céu, João!
- O vizinho veio aqui brigar comigo.
- E você se desculpou?
- Sim.
- Você sabia que podia ter machucado alguém?
- Na hora, não. Mas agora eu sei.
- Por que você fez isso?

Com vocês, a melhor justificativa de todos os tempos:

- Porque eu não queria jogar bola com o Pedro e o Davi.

O que criança tem na cabeça?
Titica, eu sei.


Jurado

João adora ver reality show de culinária na televisão.
De tanto assistir, agora analisa tudo o que vê pela frente.
No almoço, ele colocou um pouquinho de cenoura ralada no prato, preparou seus talheres e fez pose de jurado. Levou um tantinho à boca e começou:

- Amarga...

Mastigou, mastigou, mastigou:

- Barulhenta...

Mastigou mais um pouquinho:

- Úmida...

Mastigou de novo:

- Crua...

Engoliu:

- Boa.


Nota 10 para você, João.


Segredinho



Davi tirou a chuteira e, como de costume, todos caíram para trás. Pedro, intrigado, perguntou o que ele fazia para ter tanto chulé. Sem nenhum constrangimento, ele contou o seu segredo:

- Eu gosto tanto dessa meia que tiro do pé, guardo na gaveta e uso ela todo dia.

Acho que eu vou jogar fora a meia com o pé dentro.


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Para a gente nunca esquecer

A escola promoveu uma palestra sobre o uso e abuso de drogas na adolescência. Como esse é o meu maior temor de mãe, é claro que eu estava lá, na primeira fila. Não tinha com quem deixar os pequenos, então, João e Davi me acompanharam em grande parte da palestra.

Eles ficaram bastante impressionados com o que viram e ouviram (vivaaaa!). E, antes de dormir, João me fez um pedido encarecido:

- Mãe, se eu ficar grande e esquecer de tudo isso, não me deixe usar droga de jeito nenhum?

De jeito nenhum, filhinho.


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Estabelecendo contato



O programa de sábado foi olímpico: EUA x França, no Mineirão. Davi, preocupado em garantir a nossa comunicação com os companheiros de arquibancada, perguntou:

- Mãe, você fala estadunidês?



terça-feira, 2 de agosto de 2016

A vingança

A escola dos pequenos vai oferecer aula de dança para adultos. Eu, que prometi a mim mesma não morrer antes de voltar a dançar, fiquei empolgadinha com a ideia. Quando soube da novidade, o baixinho-grande também vibrou:

- É sério isso, mãe?
- Eu gostaria muito, filho.
- Vou assistir todas as suas aulas!
- Você gostaria de me ver dançando?
- Também. Mas o que eu quero mesmo é te matar de vergonha. Igual você faz comigo no futebol.


Amor de irmão

- Mãe, o João é muito burro.
- Não fale assim do seu irmão, Davi.
- Mas ele é burro mesmo.
- Ninguém é burro aqui. Aliás, você não deve dizer isso sobre ninguém.
- Eu não queria que ele fosse burro, mas ele é.
- Como assim?
- Se ele é burro, as pessoas podem achar que eu também sou, porque a gente é igual. E eu não tenho nada de burro.

Altruísmo. A gente vê por aqui.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Injustiças futebolísticas

O baixinho-grande, para quem chuteiras nunca são demais, veio contar, indignado:

- Mãe, sabe quanto o Cristiano Ronaldo ganha?
- Quanto, filho?
- Mais de dois milhões de reais!!!
- Puxa!
- E sabe quem compra as chuteiras dele?
- Quem?
- A Nike. Pode uma coisa dessas?

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Codinome

Há muito tempo, o baixinho-grande é chamado de Lacerda pelos colegas da escola. Sobrenome que eu acho um charme, por sinal. Em público, passei a adotar a nomenclatura também. Um dos coleguinhas achou o fato curioso:

- Olha, gente, até a mãe do Lacerda chama ele de Lacerda.

Pode deixar, tico-tico, eles nunca saberão a verdade.