sábado, 28 de junho de 2014

Resultado

Olha o resultado do exame de sangue: 














E nenhuma alteração, se Deus quiser. 

Amor de irmão

Davi precisou fazer exame de sangue e, para prepará-lo, expliquei como seria o procedimento.
Ele fez voz de choro e perguntou se iam precisar tirar o corpo dele(!). 
João disse que não, que seria só a cabeça mesmo. 

Poucas coisas são tão verdadeiras como amor de irmão, hahahaha...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Talento

No carro, andávamos lado a lado com uma viatura da polícia. O sinal fechou e nós, reles mortais, paramos. O carro da polícia, no pleno uso de sua autoridade, ligou a sirene e seguiu impunemente. João, que já se preparava para cumprimentar todos os policiais (ele adora fazer isso), ficou desapontado:

- Mãe, eles podem passar no sinal fechado mesmo sem ter uma remegência?
- Não deviam, filho, mas podem.

Pedro, dramático que só ele, contemporizou:

- Nunca se sabe, gente. Vai que eles receberam um chamado de uma menininha de cinco anos que estava sendo atacada por um ladrão depois que o pai e mãe dela morreram?

Hitchcock morreria de orgulho. 


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Dramas maternos








O Armandinho é um fofo, eu sei. 
Mas, jura que só eu fiquei com pena da mãe dele?


De olho no lance

João veio correndo pela casa e trombou em mim. É claro que ele levou a pior. Saiu catando cavaco e se estabacou no chão. O pobrezinho deu umas cambalhotas e, com a mão no ombro vitimado, protestou:

- Isso foi falta, mãe!


Ser ou não ser


- Queria que a gente sesse assim. 

Conjugação do verbo 'ser' no dialeto Davinês. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Beba com moderação


Ouvíamos no carro uma bela música de Amy Winehouse. Fiquei pensando na tristeza da vida daquela moça. Talentosa, amada, idolatrada, rica... e infeliz. 

O baixinho-grande quis saber como ela tinha ido embora. Expliquei:

- Foi encontrada morta em casa, sozinha.
- Morreu de quê?
- De tanto beber. 
- Coitada. 
- É. Álcool é um negócio que não devia existir, filho.

Reflexivo, ele ponderou:

- Ainda bem que a gente é igual a você, né, mãe?
- Como?
- Bebe pouco.
- Como assim, bebe pouco?
- Só um pouquinho de coca cola e nada mais. 


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Preocupado

Os baixinhos-pequenos e a turminha da escola fizeram uma excursão a uma casa de apoio a crianças com câncer. Foram levar roupas, sapatos, alimentos e um pouco de alegria. 

Antes, a professora explicou que as crianças tinham vindo de suas cidades para tratar uma doença muito forte, cujo medicamento só é encontrado em Belo Horizonte. E, como a doença era forte, o medicamento tinha que ser mais forte que a doença. Tão forte que, às vezes, podia fazer o cabelinho cair. 

João ouviu atentamente as explicações e fez carinha de preocupação: 

- Dani, acho que o meu pai também tem essa doença que faz o cabelinho cair.


Machista

Na escola, Davi e os coleguinhas repercutiam o início da Copa do Mundo. A professora quis entrar na conversa:

- Gente, e aquele gol contra do Marcelo?
- Não foi o Marcelo, Dani.
- Foi sim, Vivi. Não entendo tanto de futebol quanto vocês, mas disso eu tenho certeza. 

Com ar de autoridade, ele colocou a mãozinha sobre a mão da professora e arrematou:

- Dani, você é menina, não entende nada de futebol.

Tsc, tsc...
Deixa a tia Gabi ouvir. 


terça-feira, 10 de junho de 2014

Mas eu me mordo de ciúmes

Na reunião da escola, a professora foi só elogios ao baixinho-grande:

- Pedro é ótimo aluno. Comprometido, responsável e muito querido. E a gentileza dele já se espalhou entre as meninas. 

E o sorriso da mãe foi embora. 

Sacrifício


Hoje é o meu aniversário e o baixinho-grande caprichou no presente:

- Mãe, vou passar o dia inteiro sem fazer nenhuma baguncinha!

Já imaginou o tamanho do sacrifício?


Ansiedade

Vivi faz cara de cachorrinho sem dono e pede:

- Me ensina a ler, mãe?
- Você já está aprendendo, filhinho. 
- Não tô, não.
- Claro que está. Você já escreve seu nome, reconhece o nome dos seus amigos, já aprendeu a identificar os números. Olha quantas coisas você já sabe fazer!
- Mas ainda é pouco.
- Você só tem quatro anos, meu filho. 
- Mas eu quero mais.

Ele quer mais!
S2


Pensamento

Pensativo, o baixinho-grande dá um suspiro e solta um sorriso feliz. Curiosa, pergunto no que ele está pensando. Ele desconversa. Insisto. Explico que gosto de vê-lo feliz e que a alegria dele me deixa alegre também. Em vão:

- Não é nada, mãe. É só um pensamento. 

Pensamento, seu atrevido. 
Quem disse que é permitido pensar escondido de mãe?


Prioridades

- Mãe, duas coisas. Primeira: esse controle remoto está estragando. 
- Por que, Pedro?
- Não adianta apertar nenhum botão, nada funciona. 
- Pode ser a pilha, você conferiu?
- Já.
- Esquisito. Deixa eu ver. 

Fuço o controle remoto, dou umas batidinhas e devolvo:

- Pronto, vai lá e tenta de novo. 
- Tem a segunda coisa. 
- O quê?
- O João dormiu na minha cama e tá quase caindo no chão.

Assim mesmo, nessa ordem de importância.  

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ciranda

Vivi vem correndo contar, entusiasmado:

- Mãe, o Pedro me deu uma moedinha de 60 reais!

Pedro corrige:

- Não, Vivi. É de 25 centavos. 

Curiosa, pergunto:

- Por que você deu dinheiro para o seu irmão, filho?
- Porque ele perdeu aquela moedinha que você deu há muito tempo, lembra?  
- Muito bem, querido. E você, Vivi, o que vai fazer com o seu dinheirinho?

Ele responde sem pestanejar:

- Comprar um presente pro João! 


É muito amor, não?


sábado, 7 de junho de 2014

Briga de irmão

João vem reclamar que o irmão igual o empurrou. Precavido, o algoz se justifica, balançando os ombros: 


- Eu pedi dalicença, mas ele não deu. 



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Matemática da vergonha

No para casa, o ditado de matemática pedia o resultado de sete mais seis. 

- Treze - respondeu o baixinho-grande.
- Pense direito, filho.
- Treze, mãe. 
- Filho, faça a conta com calma. 

Pacientemente, ele colocou o lápis sobre o caderno, esticou as duas mãozinhas e contou nos dedos: 

- Oito, nove, dez, onze, doze, treze. Treze, mãe! 

Quando percebi que quem havia errado a conta era eu, respondi um simples e seco "muito bem". 

O cargo de ajudante nas lições de casa de matemática foi colocado à disposição por incapacidade técnica. Quando o assunto for as letras, não os números, voltamos a conversar, ok? 


terça-feira, 3 de junho de 2014

Arriscando

- Mãe, sabe qual é o problema desses goleiros?
- Qual, Pedro?
- É que eles não arriscam. Goleiro tem que arriscar.
- Mesmo?
- É, mãe. Eu sempre arrisco, mesmo sabendo que pode não dar. Vai que dá, né?

Alguém tem dúvidas de que ele será um campeão?



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Gostosuras de Vivi



- Olha, mãe, um soldado do zezército!


Testando

Primeira tentativa de burlar as regras:

- Davi, estou de olho em vocês dois. 
- Ela não tá entrando no quarto, mãe. É só a patinha dela, ó.
- Sei. Daqui a pouco ela está dormindo na sua cama. 

Ele faz carinha de sem vergonha e pergunta:

- Por que não pode mesmo?

Vai que cola, né?

Temporada

A Meg, cachorrinha lelé da cuca do Zé, está passando uma temporada lá em casa. Tudo muito bom, tudo muito bem, desde que ninguém infrinja as regras: 

1 - Ela não pode entrar no quarto. Já basta um ninho com três ferinhas, não precisamos de mais uma. 
2 - Nada de balas e chocolates, ela só come ração. 
3 - Ninguém deve brincar com os brinquedos dela. Respeito é bom e conserva os dentes.
4 - Nada de gritos. Ela tem potencial para fazer muito mais barulho que todos juntos. É sério.
5 - É preciso manter uma distância segura do nariz, rabo e boca. Ela é mesmo lelé da cuca.  
6 (e mais importante) - Ela vai embora um dia. Nada de choro, nem vela. De bichinhos, bastam o Pedro, João e Davi.

E seja o que Deus quiser.


Meg, também conhecida como
Diabo da Tasmânia, no ninho da tia Gabi