Olha o resultado do exame de sangue:
E nenhuma alteração, se Deus quiser.
sábado, 28 de junho de 2014
Amor de irmão
terça-feira, 24 de junho de 2014
Talento
No carro, andávamos lado a lado com uma viatura da polícia. O sinal fechou e nós, reles mortais, paramos. O carro da polícia, no pleno uso de sua autoridade, ligou a sirene e seguiu impunemente. João, que já se preparava para cumprimentar todos os policiais (ele adora fazer isso), ficou desapontado:
- Mãe, eles podem passar no sinal fechado mesmo sem ter uma remegência?
- Não deviam, filho, mas podem.
Pedro, dramático que só ele, contemporizou:
- Nunca se sabe, gente. Vai que eles receberam um chamado de uma menininha de cinco anos que estava sendo atacada por um ladrão depois que o pai e mãe dela morreram?
Hitchcock morreria de orgulho.
- Mãe, eles podem passar no sinal fechado mesmo sem ter uma remegência?
- Não deviam, filho, mas podem.
Pedro, dramático que só ele, contemporizou:
- Nunca se sabe, gente. Vai que eles receberam um chamado de uma menininha de cinco anos que estava sendo atacada por um ladrão depois que o pai e mãe dela morreram?
Hitchcock morreria de orgulho.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
De olho no lance
terça-feira, 17 de junho de 2014
Beba com moderação
Ouvíamos no carro uma bela música de Amy Winehouse. Fiquei pensando na tristeza da vida daquela moça. Talentosa, amada, idolatrada, rica... e infeliz.
O baixinho-grande quis saber como ela tinha ido embora. Expliquei:
- Foi encontrada morta em casa, sozinha.
- Morreu de quê?
- De tanto beber.
- Coitada.
- É. Álcool é um negócio que não devia existir, filho.
Reflexivo, ele ponderou:
- Ainda bem que a gente é igual a você, né, mãe?
- Como?
- Bebe pouco.
- Como assim, bebe pouco?
- Só um pouquinho de coca cola e nada mais.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Preocupado
Os baixinhos-pequenos e a turminha da escola fizeram uma excursão a uma casa de apoio a crianças com câncer. Foram levar roupas, sapatos, alimentos e um pouco de alegria.
Antes, a professora explicou que as crianças tinham vindo de suas cidades para tratar uma doença muito forte, cujo medicamento só é encontrado em Belo Horizonte. E, como a doença era forte, o medicamento tinha que ser mais forte que a doença. Tão forte que, às vezes, podia fazer o cabelinho cair.
João ouviu atentamente as explicações e fez carinha de preocupação:
- Dani, acho que o meu pai também tem essa doença que faz o cabelinho cair.
Antes, a professora explicou que as crianças tinham vindo de suas cidades para tratar uma doença muito forte, cujo medicamento só é encontrado em Belo Horizonte. E, como a doença era forte, o medicamento tinha que ser mais forte que a doença. Tão forte que, às vezes, podia fazer o cabelinho cair.
João ouviu atentamente as explicações e fez carinha de preocupação:
- Dani, acho que o meu pai também tem essa doença que faz o cabelinho cair.
Machista
Na escola, Davi e os coleguinhas repercutiam o início da Copa do Mundo. A professora quis entrar na conversa:
- Gente, e aquele gol contra do Marcelo?
- Não foi o Marcelo, Dani.
- Foi sim, Vivi. Não entendo tanto de futebol quanto vocês, mas disso eu tenho certeza.
Com ar de autoridade, ele colocou a mãozinha sobre a mão da professora e arrematou:
- Dani, você é menina, não entende nada de futebol.
Tsc, tsc...
Deixa a tia Gabi ouvir.
- Gente, e aquele gol contra do Marcelo?
- Não foi o Marcelo, Dani.
- Foi sim, Vivi. Não entendo tanto de futebol quanto vocês, mas disso eu tenho certeza.
Com ar de autoridade, ele colocou a mãozinha sobre a mão da professora e arrematou:
- Dani, você é menina, não entende nada de futebol.
Tsc, tsc...
Deixa a tia Gabi ouvir.
terça-feira, 10 de junho de 2014
Mas eu me mordo de ciúmes
Na reunião da escola, a professora foi só elogios ao baixinho-grande:
- Pedro é ótimo aluno. Comprometido, responsável e muito querido. E a gentileza dele já se espalhou entre as meninas.
E o sorriso da mãe foi embora.
Sacrifício
Ansiedade
Vivi faz cara de cachorrinho sem dono e pede:
- Me ensina a ler, mãe?
- Você já está aprendendo, filhinho.
- Não tô, não.
- Claro que está. Você já escreve seu nome, reconhece o nome dos seus amigos, já aprendeu a identificar os números. Olha quantas coisas você já sabe fazer!
- Mas ainda é pouco.
- Você só tem quatro anos, meu filho.
- Mas eu quero mais.
Ele quer mais!
S2
- Me ensina a ler, mãe?
- Você já está aprendendo, filhinho.
- Não tô, não.
- Claro que está. Você já escreve seu nome, reconhece o nome dos seus amigos, já aprendeu a identificar os números. Olha quantas coisas você já sabe fazer!
- Mas ainda é pouco.
- Você só tem quatro anos, meu filho.
- Mas eu quero mais.
Ele quer mais!
S2
Pensamento
Pensativo, o baixinho-grande dá um suspiro e solta um sorriso feliz. Curiosa, pergunto no que ele está pensando. Ele desconversa. Insisto. Explico que gosto de vê-lo feliz e que a alegria dele me deixa alegre também. Em vão:
- Não é nada, mãe. É só um pensamento.
Quem disse que é permitido pensar escondido de mãe?
Prioridades
- Mãe, duas coisas. Primeira: esse controle remoto está estragando.
- Por que, Pedro?
- Não adianta apertar nenhum botão, nada funciona.
- Pode ser a pilha, você conferiu?
- Já.
- Esquisito. Deixa eu ver.
Fuço o controle remoto, dou umas batidinhas e devolvo:
- Pronto, vai lá e tenta de novo.
- Tem a segunda coisa.
- O quê?
- O João dormiu na minha cama e tá quase caindo no chão.
Assim mesmo, nessa ordem de importância.
- Por que, Pedro?
- Não adianta apertar nenhum botão, nada funciona.
- Pode ser a pilha, você conferiu?
- Já.
- Esquisito. Deixa eu ver.
Fuço o controle remoto, dou umas batidinhas e devolvo:
- Pronto, vai lá e tenta de novo.
- Tem a segunda coisa.
- O quê?
- O João dormiu na minha cama e tá quase caindo no chão.
Assim mesmo, nessa ordem de importância.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Ciranda
Vivi vem correndo contar, entusiasmado:
- Mãe, o Pedro me deu uma moedinha de 60 reais!
Pedro corrige:
- Não, Vivi. É de 25 centavos.
Curiosa, pergunto:
- Por que você deu dinheiro para o seu irmão, filho?
- Porque ele perdeu aquela moedinha que você deu há muito tempo, lembra?
- Muito bem, querido. E você, Vivi, o que vai fazer com o seu dinheirinho?
Ele responde sem pestanejar:
- Comprar um presente pro João!
É muito amor, não?
- Mãe, o Pedro me deu uma moedinha de 60 reais!
Pedro corrige:
- Não, Vivi. É de 25 centavos.
Curiosa, pergunto:
- Por que você deu dinheiro para o seu irmão, filho?
- Porque ele perdeu aquela moedinha que você deu há muito tempo, lembra?
- Muito bem, querido. E você, Vivi, o que vai fazer com o seu dinheirinho?
Ele responde sem pestanejar:
- Comprar um presente pro João!
É muito amor, não?
sábado, 7 de junho de 2014
Briga de irmão
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Matemática da vergonha
No para casa, o ditado de matemática pedia o resultado de sete mais seis.
- Treze - respondeu o baixinho-grande.
- Pense direito, filho.
- Treze, mãe.
- Filho, faça a conta com calma.
Pacientemente, ele colocou o lápis sobre o caderno, esticou as duas mãozinhas e contou nos dedos:
- Oito, nove, dez, onze, doze, treze. Treze, mãe!
Quando percebi que quem havia errado a conta era eu, respondi um simples e seco "muito bem".
O cargo de ajudante nas lições de casa de matemática foi colocado à disposição por incapacidade técnica. Quando o assunto for as letras, não os números, voltamos a conversar, ok?
- Treze - respondeu o baixinho-grande.
- Pense direito, filho.
- Treze, mãe.
- Filho, faça a conta com calma.
Pacientemente, ele colocou o lápis sobre o caderno, esticou as duas mãozinhas e contou nos dedos:
- Oito, nove, dez, onze, doze, treze. Treze, mãe!
Quando percebi que quem havia errado a conta era eu, respondi um simples e seco "muito bem".
O cargo de ajudante nas lições de casa de matemática foi colocado à disposição por incapacidade técnica. Quando o assunto for as letras, não os números, voltamos a conversar, ok?
terça-feira, 3 de junho de 2014
Arriscando
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Testando
Temporada
A Meg, cachorrinha lelé da cuca do Zé, está passando uma temporada lá em casa. Tudo muito bom, tudo muito bem, desde que ninguém infrinja as regras:
1 - Ela não pode entrar no quarto. Já basta um ninho com três ferinhas, não precisamos de mais uma.
2 - Nada de balas e chocolates, ela só come ração.
3 - Ninguém deve brincar com os brinquedos dela. Respeito é bom e conserva os dentes.
4 - Nada de gritos. Ela tem potencial para fazer muito mais barulho que todos juntos. É sério.
5 - É preciso manter uma distância segura do nariz, rabo e boca. Ela é mesmo lelé da cuca.
6 (e mais importante) - Ela vai embora um dia. Nada de choro, nem vela. De bichinhos, bastam o Pedro, João e Davi.
E seja o que Deus quiser.
1 - Ela não pode entrar no quarto. Já basta um ninho com três ferinhas, não precisamos de mais uma.
2 - Nada de balas e chocolates, ela só come ração.
3 - Ninguém deve brincar com os brinquedos dela. Respeito é bom e conserva os dentes.
4 - Nada de gritos. Ela tem potencial para fazer muito mais barulho que todos juntos. É sério.
5 - É preciso manter uma distância segura do nariz, rabo e boca. Ela é mesmo lelé da cuca.
6 (e mais importante) - Ela vai embora um dia. Nada de choro, nem vela. De bichinhos, bastam o Pedro, João e Davi.
E seja o que Deus quiser.
Meg, também conhecida como Diabo da Tasmânia, no ninho da tia Gabi |
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