sexta-feira, 30 de maio de 2014
Rebeldia
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Banda de garagem
No carro, Pedro pergunta:
- Tá ouvindo o chocalho dessa música, mãe?
- Chocalho?
- É.
- Tô ouvindo nada, não, filho.
João entra na conversa e, no compasso da música, agita um chocalho imaginário:
- É fácil, mãe, ó: chhh, chhh, chhh, chhh...
Davi completa:
- Tem pandeiro também.
E os três começam uma animada conversa sobre a percussão da canção. Do camarote, assisto o nascimento da banda de garagem mais fofa do pedaço.
Não entendo nada de música, é verdade.
Mas espantar as fãs será a minha especialidade, tenho certeza.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Jogo sujo
O intestino dos baixinhos-pequenos funciona em segundos. Segundos mesmo, é impressionante. E eles costumam escolher as horas mais impróprias para resolver os seus problemas. Ontem, um deles foi correndo para o banheiro enquanto eu arrumava a cozinha. Só deu tempo de ensaboar os copos:
- Mãe,já acabei.
- Já, meu filho? Agora você vai esperar um pouquinho. Estou com a mão cheia de sabão.
Insatisfeito, insistiu:
- Já acabei, mãe!
- Eu sei, filho. Mas eu não posso ir agora, tenha um pouquinho mais de paciência.
Foi o mesmo que nada. Imediatamente, começou a sinfonia:
- Já acabei, já acabei, já acabei, já acabei!!!
O irmão igual, corporativista, endossou o coro:
- Já acabou, já acabou, já acabou!!!
E começaram a intercalar:
- Já acabei!
- Já acabou!
- Já acabei!
- Já acabou!
Ficaram os dois nessa irritante cantoria até vencerem pelo cansaço, claro.
Isso é jogo sujo, rapazes.
Literalmente.
- Mãe,já acabei.
- Já, meu filho? Agora você vai esperar um pouquinho. Estou com a mão cheia de sabão.
Insatisfeito, insistiu:
- Já acabei, mãe!
- Eu sei, filho. Mas eu não posso ir agora, tenha um pouquinho mais de paciência.
Foi o mesmo que nada. Imediatamente, começou a sinfonia:
- Já acabei, já acabei, já acabei, já acabei!!!
O irmão igual, corporativista, endossou o coro:
- Já acabou, já acabou, já acabou!!!
E começaram a intercalar:
- Já acabei!
- Já acabou!
- Já acabei!
- Já acabou!
Ficaram os dois nessa irritante cantoria até vencerem pelo cansaço, claro.
Isso é jogo sujo, rapazes.
Literalmente.
domingo, 25 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Boletim
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Paternidade
Os baixinhos-pequenos começaram uma barulhenta perseguição contra uma aranha. Quem conseguisse pisotear a pobrezinha primeiro seria o vencedor. Incomodada com a brincadeira, saí em defesa da dona aranha:
- Vocês sabiam que a aranha também é filha do papai do céu?
Confuso, João devolveu a pergunta:
- Como é? O papai do céu é filho da aranha?
- Não, filho. O papai do céu é pai da aranha e de todos os bichinhos da natureza.
Desapontado, ele rebateu:
- Pensei que o papai do céu fosse pai só do Jesus.
- Vocês sabiam que a aranha também é filha do papai do céu?
Confuso, João devolveu a pergunta:
- Como é? O papai do céu é filho da aranha?
- Não, filho. O papai do céu é pai da aranha e de todos os bichinhos da natureza.
Desapontado, ele rebateu:
- Pensei que o papai do céu fosse pai só do Jesus.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Carência
João tá que não se aguenta de ciúme com a atenção dedicada ao Vivi nos últimos dias. Na volta da escola, ele deu um jeito de marcar o seu espaço. Com carinha de cachorrinho sem dono, apontou o dedo mindinho da mão esquerda e mostrou um band aid mal colado:
- Mãe, cortei o dedo, ó.
- Ah, que peninha, filho. Como foi que isso aconteceu?
- Não lembro.
- Saiu sangue?
- Muito.
- Deve ter doído muito, pelo visto.
- Demais. Vou ter até que dormir na sua cama hoje.
- Mãe, cortei o dedo, ó.
- Ah, que peninha, filho. Como foi que isso aconteceu?
- Não lembro.
- Saiu sangue?
- Muito.
- Deve ter doído muito, pelo visto.
- Demais. Vou ter até que dormir na sua cama hoje.
terça-feira, 20 de maio de 2014
Dupla dinâmica
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Utilidade pública
Despeço-me dos três e saio para o trabalho. João vem correndo atrás de mim e, quase no elevador, conta a sua última importante descoberta:
- Mãe, sabia que a gente tem que comer muita maçã pra voz nunca acabar?
- É mesmo, filho?
- Ahã. E beber água também.
O futuro fonoaudiólogo ganha mais um beijo e volta para a casa com a sensação de ter salvo o dia.
- Mãe, sabia que a gente tem que comer muita maçã pra voz nunca acabar?
- É mesmo, filho?
- Ahã. E beber água também.
O futuro fonoaudiólogo ganha mais um beijo e volta para a casa com a sensação de ter salvo o dia.
Curioso
Vivi perdeu o sono no meio da noite e quis conversar:
- Mãe, lembra aquele dia que a gente foi no cinema com a tia Gabi?
- Lembro.
- Você foi ver outro filme em outro cinema, não foi?
- Fui.
- Como chamava o seu filme?
- Amante em domicílio.
- E falava sobre o quê?
- Vai dormir, Vivi.
- Mãe, lembra aquele dia que a gente foi no cinema com a tia Gabi?
- Lembro.
- Você foi ver outro filme em outro cinema, não foi?
- Fui.
- Como chamava o seu filme?
- Amante em domicílio.
- E falava sobre o quê?
- Vai dormir, Vivi.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Truco
Vivi levou uma mordida de um bicho tarado bem lá no dito cujo. O negócio ficou tão feio que o tio pediatra receitou três tipos de medicamentos diferentes. Como toda mãe, incluí um pouco de terrorismo à receita:
- Se você ficar colocando essa mão suja, o seu piu piu pode até cair.
Ele fez cara de incrédulo e desafiou:
- Não tem jeito de cair, mãe. É colado.
- Se você ficar colocando essa mão suja, o seu piu piu pode até cair.
Ele fez cara de incrédulo e desafiou:
- Não tem jeito de cair, mãe. É colado.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Diversão
Vivi precisou fazer uma visita ao tio pediatra. Por questões de logística, demos uma passadinha antes no trabalho da mamãe, local onde a tropinha adora passear. Ao reconhecer o prédio, ele sugeriu, animado:
- Mãe, a gente bem que podia tomar sorvete, né?
Ele realmente acha que trabalhar é divertido.
- Mãe, a gente bem que podia tomar sorvete, né?
Ele realmente acha que trabalhar é divertido.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
Presente
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Tesouro
Ao seu tempo
Dramático
quinta-feira, 8 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Nasceu um pai
terça-feira, 6 de maio de 2014
Mostrando o seu valor
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Aventura
Sábado foi dia de cortar o cabelo. Como era um dia tranquilo, sem grandes compromissos de horário e com o trânsito razoável, decidi levar a tropinha de ônibus para o salão. Pensei que a novidade poderia fazer parte do programa. E que propor um choque de realidade para três rapazinhos que não sabem o que é andar à pé, esperar no ponto do ônibus e dividir o espaço com gente de todo o tipo poderia ser uma experiência legal.
Até que foi. Tirando o fato de que o primeiro ônibus passou direto, ignorando solenemente o sinal de parada que os baixinhos e eu fizemos, animados. E uma outra aventura nada legal que conto daqui a pouquinho. Ao ficar no vácuo, com o bracinho esticado, um dos baixinhos-pequenos perguntou:
- Mãe, não era para ele ter parado?
- Era, meu filho.
- Ele não viu a gente?
- Não sei - respondi, apesar de saber que se tratava apenas de falta de profissionalismo e gentileza.
- Tem problema não, filho. Já, já passa outro, vamos esperar.
O outro veio. E parou. Os três subiram, cumprimentaram motorista e trocador, passaram a roleta e se assentaram nas cadeiras disponíveis. Evitaram as preferenciais. Dividiram espaço com outros passageiros. Ficaram bonitinhos e aproveitaram a novidade. Até a hora de descer. Um ponto antes do desembarque, reuni a tropinha e recomendei:
- Gente, preciso que vocês me ajudem. Pedro, você desce na frente. Antes de sair do ônibus, olhe para os dois lados e veja se está tudo bem. Tome cuidado com o degrau para não cair. E me aguarde descer com os irmãos, logo atrás. João e Davi, vocês ficam segurando a minha mão e não soltem por nada, pelo amor de Deus.
Recomendações feitas, demos o sinal. O ônibus parou. Pedro desceu. Quando me preparava para descer com os baixinhos-pequenos, o motorista, desavisado, fechou a porta do ônibus e ameaçou arrancar. O baixinho-grande ficou sozinho na rua, à beira do desespero, enquanto os irmãozinhos e eu ficamos, aos berros, presos dentro do ônibus. Para a nossa sorte, o motorista percebeu o equívoco antes de seguir viagem. Mas, ver o baixinho-grande sozinho, no cruzamento de duas das principais avenidas de Belo Horizonte, funcionou como uma surra em mim.
Quando, enfim, conseguimos descer, o baixinho estava aos prantos. Quase chorei também. Tentei acalmá-lo com um abraço apertado e disse que estava tudo bem. Aproveitei para relembrar com ele os telefones e o caminho de casa. Disse a quem ele poderia recorrer caso aquela situação, Deus nos livre e guarde, voltasse a acontecer. Expliquei que nem tudo sai como a gente planeja e que o mais importante é ter cabeça fria para tomar novas decisões quando preciso.
Tudo certo no discurso. Mas, na prática, estávamos os dois em frangalhos. Minha vontade era colocar os três dentro da barriga de novo. Fiquei pensando: como é que aquelas mulheres fazem para andar nesses ônibus lotados, dia após dia, carregadas de filhos, sacolas e preocupações?
O jeito é tentar prepará-los, na medida do possível, para o que os espera do lado de fora de casa. E rezar para que as aventuras não deixem sequelas além do frio na barriga.
Até que foi. Tirando o fato de que o primeiro ônibus passou direto, ignorando solenemente o sinal de parada que os baixinhos e eu fizemos, animados. E uma outra aventura nada legal que conto daqui a pouquinho. Ao ficar no vácuo, com o bracinho esticado, um dos baixinhos-pequenos perguntou:
- Mãe, não era para ele ter parado?
- Era, meu filho.
- Ele não viu a gente?
- Não sei - respondi, apesar de saber que se tratava apenas de falta de profissionalismo e gentileza.
- Tem problema não, filho. Já, já passa outro, vamos esperar.
O outro veio. E parou. Os três subiram, cumprimentaram motorista e trocador, passaram a roleta e se assentaram nas cadeiras disponíveis. Evitaram as preferenciais. Dividiram espaço com outros passageiros. Ficaram bonitinhos e aproveitaram a novidade. Até a hora de descer. Um ponto antes do desembarque, reuni a tropinha e recomendei:
- Gente, preciso que vocês me ajudem. Pedro, você desce na frente. Antes de sair do ônibus, olhe para os dois lados e veja se está tudo bem. Tome cuidado com o degrau para não cair. E me aguarde descer com os irmãos, logo atrás. João e Davi, vocês ficam segurando a minha mão e não soltem por nada, pelo amor de Deus.
Recomendações feitas, demos o sinal. O ônibus parou. Pedro desceu. Quando me preparava para descer com os baixinhos-pequenos, o motorista, desavisado, fechou a porta do ônibus e ameaçou arrancar. O baixinho-grande ficou sozinho na rua, à beira do desespero, enquanto os irmãozinhos e eu ficamos, aos berros, presos dentro do ônibus. Para a nossa sorte, o motorista percebeu o equívoco antes de seguir viagem. Mas, ver o baixinho-grande sozinho, no cruzamento de duas das principais avenidas de Belo Horizonte, funcionou como uma surra em mim.
Quando, enfim, conseguimos descer, o baixinho estava aos prantos. Quase chorei também. Tentei acalmá-lo com um abraço apertado e disse que estava tudo bem. Aproveitei para relembrar com ele os telefones e o caminho de casa. Disse a quem ele poderia recorrer caso aquela situação, Deus nos livre e guarde, voltasse a acontecer. Expliquei que nem tudo sai como a gente planeja e que o mais importante é ter cabeça fria para tomar novas decisões quando preciso.
Tudo certo no discurso. Mas, na prática, estávamos os dois em frangalhos. Minha vontade era colocar os três dentro da barriga de novo. Fiquei pensando: como é que aquelas mulheres fazem para andar nesses ônibus lotados, dia após dia, carregadas de filhos, sacolas e preocupações?
O jeito é tentar prepará-los, na medida do possível, para o que os espera do lado de fora de casa. E rezar para que as aventuras não deixem sequelas além do frio na barriga.
domingo, 4 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Gato e sapato
Tia Gabi passou a manhã em casa e descobriu que os baixinhos estão fazendo gato e sapato da mocinha que toma conta deles. Veja só:
- Eles pediram pão integral no café da manhã. O branco não servia. Como não tinha, a Michelle ofereceu biscoito. Pediram o de coco. Fiquei brava com eles. Falei que não podiam ficar escolhendo tanto e que tinham que pedir por favor. Aí o Davi gritou: "por favor, Michelle, me dá uma vaca?".
Oh, céus...
- Eles pediram pão integral no café da manhã. O branco não servia. Como não tinha, a Michelle ofereceu biscoito. Pediram o de coco. Fiquei brava com eles. Falei que não podiam ficar escolhendo tanto e que tinham que pedir por favor. Aí o Davi gritou: "por favor, Michelle, me dá uma vaca?".
Oh, céus...
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