segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Só um pedido, por garantia

É comum eu passar apertos com os baixinhos.
Só que uns são mais apertados que outros.
Como o de outro dia, no posto de gasolina.
Precisei pagar a conta com cartão, cuja maquininha residia na loja de conveniência ao lado.

- Ô, moço, não posso ir lá dentro. Tô com o carro cheio de menino - disse, tentando sensibilizar o frentista.

Em vão.

Não me restou alternativa a não ser promover o baixinho a vigia da tropa e torcer para a operação ser o mais rápida possível. Parei o carro na porta da loja e adverti o pequeno:

- Filho, a mamãe precisa pagar a gasolina lá dentro. Fique de olho nos irmãozinhos que eu volto já. E vocês, irmãozinhos, obedeçam o Pedro, ele é o mais velho.

Tranquei o carro e entrei na loja com o coração na mão. A fila estava maior do que eu podia esperar. E o que era para ser rapidinho, demorou mais do que o baixinho conseguiu suportar. Ao vê-lo me procurando com os olhos, perto do desespero, pedi pra furar fila e dei logo um jeito naquilo. Incluí na conta o chips preferido do pequeno e o presenteei por bom comportamento.

Ele ficou feliz da vida com o prêmio inesperado.
E eu, refeita do frio na barriga, fiquei pensando.
Quantos apertos a vida ainda nos reserva?
E quantos deles eu conseguirei resolver com chips?

Só peço a Deus que nos livre de todo mal e perigo.
Que ninguém nunca roube o carro com menino dentro,
que ninguém nunca bata no carro com menino dentro
e que a mamãe nunca tenha um piripaque com menino por perto.
O resto a gente dá jeito.
Amém.



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