sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Menino safo

As aulas voltaram (viva!) cheias de emoção. Faltando meia hora para sair de casa no segundo dia do tão esperado quarto ano, o baixinho-grande foi arrumar a mochila e se lembrou de que tinha um para casa por fazer:

- Mãe, era para plastificar essa tabuada aqui, ó.
- Qual é a chance de eu conseguir fazer isso faltando meia hora para o início da aula, Pedro?
- É só você me deixar na escola, plastificar e depois me entregar. 
- De jeito nenhum, rapazinho. Não estou por sua conta. Não avisou a tempo, assuma as consequências. 
- E se eu levar anotação na agenda?
- Ainda vai ter que aguentar a minha braveza quando chegar em casa. 

Ele abaixou a cabeça, resignado. Fiquei com dó, porque ele costuma ser tão responsável que, quando faz uma traquinagem, até faz parecer que é criança. Dei uma aliviada:


- O máximo que posso fazer é colocar um bilhete na agenda explicando que mandaremos a tabuada plastificada na próxima aula. Mas que isso não se repita, ok?
- Obrigado, mãe.

Na volta da aula, perguntei se o bilhete tinha dado certo.

- Nem mostrei, acredita? Como a professora não falou nada, fiquei com medo de mostrar e ela lembrar de cobrar o para casa de todo mundo.

Ele está me saindo um belo de um malandrinho.
E eu gosto muitíssimo disso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário