Numa das raras situações da vida, o pai e eu nos encontramos numa festinha de aniversário. Eu de um lado, ele de outro. Os meninos, entre os dois. Desconsertado, Pedro veio dizer:
- Estou endividado, mãe.
- Endividado?
- Sim, não sei com quem eu fico.
- Dividido, você quer dizer, né?
- Isso - sorriu, sem graça.
- Filho, pode fazer companhia para o seu pai. Está tudo bem comigo.
Fiz um cafuné e o vi seguir, aliviado.
Como fazê-lo entender que essa dívida não é dele?