Cheguei em casa e encontrei os baixinhos-pequenos se engalfinhando. Assustada, entrei no meio:
- O que está acontecendo aqui, gente?
Davi começou as explicações:
- É o João, que quer levar o meu dinossauro para a escola. Só que ele é meu e eu que vou levar.
João se defendeu:
- Já falei com o Vivi, mãe. Aqui em casa, brinquedo não tem dono. É tudo de todo mundo. E eu peguei o dinossauro primeiro.
- Mais ou menos, João. Tudo é de todo mundo, mas quem ganhou o brinquedo tem algumas vantagens. Por que você não leva outra coisa?
- Porque eu quero o dinossauro e pronto.
- E você, Davi, por que não leva outro brinquedo?
- Porque eu queria levar esse hoje. E o brinquedo é meu.
E o arranca rabo recomeçou. Respirei fundo e apelei para o bom senso dos dois:
- Vocês sabem o que vai acontecer se eu tiver que decidir, não sabem?
Pedro, que até então assistia ao drama calado, entrou na conversa:
- Tá na cara que você vai guardar o dinossauro e ninguém vai levar.
Acho que mães são seres previsíveis demais.