sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Previsibilidade

Cheguei em casa e encontrei os baixinhos-pequenos se engalfinhando. Assustada, entrei no meio:

- O que está acontecendo aqui, gente?

Davi começou as explicações:

- É o João, que quer levar o meu dinossauro para a escola. Só que ele é meu e eu que vou levar.

João se defendeu:

- Já falei com o Vivi, mãe. Aqui em casa, brinquedo não tem dono. É tudo de todo mundo. E eu peguei o dinossauro primeiro.
- Mais ou menos, João. Tudo é de todo mundo, mas quem ganhou o brinquedo tem algumas vantagens. Por que você não leva outra coisa?
- Porque eu quero o dinossauro e pronto.
- E você, Davi, por que não leva outro brinquedo?
- Porque eu queria levar esse hoje. E o brinquedo é meu.

E o arranca rabo recomeçou. Respirei fundo e apelei para o bom senso dos dois:

- Vocês sabem o que vai acontecer se eu tiver que decidir, não sabem?

Pedro, que até então assistia ao drama calado, entrou na conversa:

- Tá na cara que você vai guardar o dinossauro e ninguém vai levar.

Acho que mães são seres previsíveis demais.


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