João desceu do
carro e saiu em disparada pela rua.
Não me esperou,
não deu a mão para um adulto, não olhou para os lados e não pensou duas vezes
antes de atravessar. Não viu que um carro se aproximava, não se desculpou pelo susto e não
aceitou a repreenda que veio em seguida.
Fiquei furiosa com ele. Primeiro, pela falta de juízo. Depois, pela rebeldia.
Peguei o danadinho pelo braço e sentei-o na calçada.
Me ajoelhei no chão, olhei bem fundo nos olhos dele e, em uma fração de segundo, planejei o mais duro sermão da minha vida.
Não consegui terminar nem a primeira frase. Fui tomada por um choro incontrolável e tudo o que eu consegui fazer foi apertá-lo num abraço visceral.
Porque a simples ideia de ficar sem ele fez com que eu quisesse ficar sem mim mesma.
Como sobrevive uma mãe que perde um filho?
Nossa, não gosto nem de pensar nessa hipótese.
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