segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Melhor do que a encomenda

Os pequenos ganham presentes três vezes ao ano: aniversário, dia das crianças e natal. Dá para imaginar a expectativa que ronda cada data dessa, não dá? As recomendações triplas sobre os brinquedos aumentam com a proximidade dos dias. João costuma ser o mais afoito, faz questão de garantir que eu entenda precisamente todas as especificações da encomenda. Eu até entendo. Só não atendo, claro. Se eu for me render à pressão de menino pequeno, estarei perdida. 

Nesse dia das crianças, especialmente, fiz questão de escolher um brinquedo sem apelo comercial para cada um. 
E me preparei para a frustração. 

João foi o que mais protestou, não se deu nem ao trabalho de abrir o embrulho. Quando percebeu que o formato era diferente do que ele queria, virou bicho. Parecia um pequeno tirano. Chorou, esperneou, fez pirraça e deixou os irmãos boquiabertos. 

Calmamente, peguei o presente ainda embrulhado e disse:

- Você não quer? Ótimo. Tem um monte de outras crianças que vão querer, tenho certeza. 

E segui com a minha ameaça. Aos poucos, ele foi voltando a si. Enxugou as lágrimas, pegou o presente e desembrulhou com pouco caso. Descobriu um joguinho de tabuleiro super legal. Precisou conter o sorriso, porque demonstrar satisfação seria demais. Pouco tempo depois, estavam os três sentadinhos, brincando juntos. 

Exatamente como eu imaginei.
Bem melhor que a encomenda. 



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