Nesse dia das crianças, especialmente, fiz questão de escolher um brinquedo sem apelo comercial para cada um.
E me preparei para a frustração.
João foi o que mais protestou, não se deu nem ao trabalho de abrir o embrulho. Quando percebeu que o formato era diferente do que ele queria, virou bicho. Parecia um pequeno tirano. Chorou, esperneou, fez pirraça e deixou os irmãos boquiabertos.
Calmamente, peguei o presente ainda embrulhado e disse:
- Você não quer? Ótimo. Tem um monte de outras crianças que vão querer, tenho certeza.
E segui com a minha ameaça. Aos poucos, ele foi voltando a si. Enxugou as lágrimas, pegou o presente e desembrulhou com pouco caso. Descobriu um joguinho de tabuleiro super legal. Precisou conter o sorriso, porque demonstrar satisfação seria demais. Pouco tempo depois, estavam os três sentadinhos, brincando juntos.
Exatamente como eu imaginei.
Bem melhor que a encomenda.