Na saída da escola, uma coleguinha murmurou alguma coisa para o baixinho-grande. Parecia ser um cumprimento, ou uma despedida. Ele retribuiu com alegria:
- Tchau, fulana!
- O que foi que ela disse, filho? Não consegui entender.
- "Tchau, tampinha".
Pronto. Virei uma onça. E perdi a linha:
- Que absurdo! Por que você não chama ela de girafa? Ou baleia? Ela é bem grandinha para a idade dela. E gordinha.
- Pra quê, mãe?
- Ah, filho, para descontar, ué. As pessoas não podem sair por aí falando assim das outras. Isso machuca.
Ele, com toda calma do mundo, respondeu:
- Tá tudo bem, mãe, não precisa ficar brava. Eu não ligo para essas coisas. Você liga?
Tapa de luva também dói.