sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Psicologia materna

Como toda mãe, também uso alguns artifícios politicamente incorretos para controlar a patota. O mais eficiente é o temido homem do saco. Não há menino que não morra de medo ao ver um solitário andarilho com um saco preto nas costas. Claro que o saco é para guardar as crianças desobedientes e que se afastam das mães quando estão na rua. O homem do saco é habilidoso, observador e paciente. Sabe a hora certa de se aproximar de uma criança mal comportada. Quando ela e a mãe menos esperam, zap!

Outro dia, andando pelo centro da cidade, o pequeno apontou para um suposto homem do saco e perguntou:

- É ele, mãe?
- Psiu, fale baixo. É ele sim.
- Tudo o que está lá dentro é criança?
- Sim, filho. Triste, né?
- Ma-mas, mãe, não tem nada se mexendo ali...
- Pois é - respondi, impiedosa.  

E completei:

- Pobrezinhos, nunca mais verão suas mães novamente...

Ele, apavorado, apertou forte a minha mão e não soltou até chegarmos em casa.

Que Deus Todo Poderoso, Criador das mães aflitas e desnaturadas, proteja os homens do saco.

E que psicólogo nenhum se atreva a questionar a minha técnica.



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