A tropinha dormiu na casa do pai e se atrasou para o início da aula. O baixinho-grande, responsável que só ele, abriu a boca a chorar quando percebeu que perderia o primeiro horário. Eu, que estava lá para entregar um material que tinha ficado para trás, tentei consolá-lo:
- Filho, essas coisas acontecem. O bom de ser frequente é poder faltar de vez em quando.
- Eu sei, mãe. Só estou chorando porque fiquei triste e não gostaria que isso tivesse acontecido. Me deixa chorar que passa.
Todo dia é a mesma santa luta para fazer o para casa. Choro, morrinha e muita enrolação em dose dupla. Dividi o problema com uma das professoras. Ela, surpresa, disse que nada daquilo acontecia na sala de aula. E que o Davi, especialmente, já dava conta de fazer o para casa sozinho.
Dei uma dura no baixinho e paguei para ver.
O resultado foi esse:
- Mãe, eu só acho a calça de um e a blusa de outro.
- Não tem problema, filho. O importante é você ficar quentinho.
- Eu não quero vestir uma blusa que não rima com a calça.
O baixinho-grande estava fazendo para casa de matemática e pediu para eu conferir o resultado de algumas contas na calculadora.
Na primeira conferência, resultado errado.
Ele refez a conta e o resultado foi o mesmo do início.
Então, eu refiz a conta.
Quer saber o resultado do mistério?
Quem tinha errado era eu.
o.O
É que meu quarto filho nasceu há três meses. :)
Estou na conchinha, lambendo a cria.
A boa notícia é que a licença-maternidade está terminando e logo poderei retornar às minhas atividades normais.
Temos gostado muito de ir ao estádio.
Lá, eu, que sou avessa aos palavrões, tenho que fazer ouvido de penico.
Os meninos, escandalizados, observam a minha reação a cada homenagem ao juiz.
Tive que admitir que, nos estádios, o linguajar era livre.
O baixinho-grande estava estudando a colonização do Brasil. Indignado, ele veio reclamar comigo:
- Mãe, senta que eu vou te contar um absurdo. Sabe o que os portugueses faziam com os bandeirantes? Cobravam uma fortuna de imposto todo ano e ainda ficavam com a maior parte de todo o ouro que eles encontravam. Pode uma coisa dessa?
Nem tive coragem de contar que o Brasil-Colônia ainda não acabou.