Interrompo:
Indignado, João reage:
- Mamãe, você chamou eu de feia?
É assim que os filhos colocam palavras na sua boca.
Despistadamente, dei uma dentada no bracinho gorducho do Davi. Bravo feito leão, ele colocou a mãozinha na cintura e decretou:
O baixinho é a sensação das menininhas da turma dos irmãos. Pelo menos três delas suspiram apaixonadas quando ele passa. Para uma, ele deu um kit de beleza de presente de amigo oculto no ano passado, que agora está provocando alergia na pobrezinha. A mãe quis interromper o uso dos produtos. Mas mudou de ideia ao ver o pranto sofrido da filha:
Mamãe caprichou na fantasia dos três para o carnaval. Mas, como de costume, esqueceu-se da dela. Desanimada, abriu o armário em busca de um modelito improvisado. Eis que o baixinho apontou para o mimoso vestido preto de bolinha branca e solucionou:
Ao ver o baixinho todo folgado na cama da vovó, provoquei:
Como toda mãe, também uso alguns artifícios politicamente incorretos para controlar a patota. O mais eficiente é o temido homem do saco. Não há menino que não morra de medo ao ver um solitário andarilho com um saco preto nas costas. Claro que o saco é para guardar as crianças desobedientes e que se afastam das mães quando estão na rua. O homem do saco é habilidoso, observador e paciente. Sabe a hora certa de se aproximar de uma criança mal comportada. Quando ela e a mãe menos esperam, zap!
Na ida para a escola, deparamo-nos com uma inusitada marcha de Sem Terra. Diante da curiosidade dos baixinhos, expliquei rapidamente do que se tratava o movimento. Como uma chuvinha fina surpreendia os manifestantes, Davi, espirituoso, mudou o nome da sigla: