Os baixinhos viajaram de férias com o pai. 21 dias em Arraial d'Ajuda, Bahia. Deus os proteja de todo mal e perigo. E os livre das neuroses da mãe.Amém.
A festança de natal reuniu vovó, mamãe, irmãos, titios, priminhos e agregados. Os baixinhos-pequenos ficaram deslumbrados com a quantidade de presentes ao pé da árvore. Um deles avançou sobre o pacote mais colorido e quase estraçalhou o pobrezinho. Chamei a atenção:
Os baixinhos estão caprichando na hora extra da bagunça e dormido cada vez mais tarde. Ontem, apliquei um sermão. Disse que já era quase meia noite e que eles estavam de férias, mas os vizinhos, não. Blá, blá, blá, blá...
Os baixinhos-pequenos são conhecidos pela mira ruim. A situação do banheiro é tão lastimável que é possível que o amigo leitor consiga sentir o ardor daí. João sequer se dá ao trabalho de segurar a torneirinha para garantir que o jato encontre seu destino correto. Vivo ensinando o velho mandamento:
ufa, a primeira batalha terminou. Primeiro agradecemos a Deus, que é o Papai do Céu. Agradecemos ao papai, mamãe, as titias do Barquinho Amarelo, que além de meigas e carinhosas, souberam em primeiro lugar ensinar o a-e-i-o-u. Depois, juntando as letras do alfabeto, você conseguiu escrever 'Pedro', seu nome, que é orgulho do vovô.
Filho, quero que saiba de uma coisa. 
Temos um vizinho da cabecinha branca conhecido pelo seu mau humor. Passa por todos com a cara fechada e emite uma espécie de rosnado que, ao que tudo indica, equivale a um 'oi'. Ele dá tudo para não ter que cumprimentar os outros. A menos que esses outros sejam os meus pimpolhos, por quem o velhinho tem verdadeira adoração. Quando se encontra com a tropinha, ele chega até a sorrir. Já o vi se assentar no chão da garagem para ler com os três o livrinho que a escola manda no fim de semana. Dia desses, depois de muito apertar as bochechas dos baixinhos, ele se voltou para mim e disse:
O baixinho-grande está uma pilha de nervos. A proximidade da formatura tem deixado o pobrezinho choroso e sofrido. Mais do que o medo do novo, dói o abandono do velho, onde ele manteve sua zona de conforto pela vida inteira. Em uma das crises de choro injustificadas, dei um abraço apertado e tentei acalentá-lo:
Os baixinhos-pequenos fizeram um teatrinho na escola. Dessa vez, os pais não foram convidados, acho que para não inibir a performance dos atores. Eu, que não me aguento de curiosidade, enchi os dois de perguntas: 
Uma mocinha tirava as medidas dos baixinhos-pequenos e se espantou com a semelhança dos dois:
Na festinha do coleguinha da escola, um dos meus baixinhos-pequenos atacou a mesa de guloseimas. Desajeitado, estourou um pacote com milhares de balinhas coloridas, levando, imediatamente, todas as crianças ao chão. As mães ficaram em polvorosa e rapidamente resgataram seus bibelôs da farra. Menos eu, claro.
João já demonstra uma forte inclinação pelo universo musical. Troca qualquer brinquedo por um violão, prefere assistir clipes de música em vez de desenhos animados e cantarola canções que não são do meio infantil. As músicas que capricham no backing vocal são as preferidas do rapazinho. Outro dia, ele pediu para trocar o cd que tocava no carro:
Aos três anos de idade, poucos adjetivos são tão depreciativos quanto a palavra "feio". Se alguém te chama de feio, é sinal de que o seu crime foi hediondo e livre de perdão.
Deixei João de molho no banho, procedimento padrão para quando a situação está preta.